Carolina Gonçalves e Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Técnicos e especialistas do Ministério da Agricultura (Mapa) prestam uma série de informações amanhã (19) à Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, na Suíça, sobre as suspeitas de contaminação da carne brasileira pela doença da vaca louca (encefelopatia espongiforme bovina (EEB)). Em decorrência da suspeita, seis países suspenderam suas importações de carne bovina in natura e processada do Brasil.
A expectativa, segundo integrantes do governo, é que os esclarecimentos na OMC impeçam o aumento da restrição à carne bovina brasileira, afetando a parceria comercial com a União Europeia (que engloba 27 países), responsável por mais de 10% das exportações do Brasil do produto in natura e por mais de 46% das vendas brasileiras de carne industrializada.
Em nota, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) informou que representantes brasileiros em Bruxelas têm dados que a União Europeia não pretende adotar medidas antes de ouvir as explicações dos técnicos do governo brasileiro. Ainda assim, observadores da Europa mantêm as atenções redobradas para a questão. No texto, a CNA destaca que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês) considera o Brasil um país com risco insignificante da doença.
Desde que foi divulgada a informação de um foco da doença encontrado em uma fêmea, no Paraná, representantes do governo tentam afastar os riscos à saúde pública e a sanidade animal no país.
A identificação do vírus no Paraná ocorreu há dois anos e foi considerado um caso atípico da vaca louca. Além de um caso isolado, especialistas do governo dizem que o animal era apenas um portador do vírus, não tendo desenvolvido a doença.
Apesar das declarações que deveriam afastar a possibilidade de disseminação da doença, nas últimas semanas Japão, China, África do Sul, Egito e Arábia Saudita suspenderam as importações da carne do Brasil. A Coreia do Sul engrossou hoje (18) o grupo de países que anunciaram o embargo à carne bovina nacional.
Edição: Fernando Fraga