Wellton Máximo e Mariana Branco
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode necessitar de novos aportes de títulos públicos no próximo ano para dar conta dos financiamentos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), admitiu hoje (5) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele, no entanto, evitou confirmar se a equipe econômica voltará a usar do mecanismo.
“Provavelmente ao longo do ano teremos de fazer aporte, mas é cedo para falar isso”, disse o ministro, ao comentar o orçamento de R$ 100 bilhões do PSI para 2013. Desse montante, R$ 85 bilhões virão de recursos próprios do BNDES e R$ 15 bilhões terão origem na liberação de parte do compulsório à vista não remunerado, depósitos que os bancos são obrigados a deixar no Banco Central.
Na avaliação do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o volume de recursos necessário para reforçar o capital do banco pode ser menor que o previsto dependendo do desenvolvimento do mercado de títulos privados, que fornecem recursos para projetos de infraestrutura. “É difícil avaliar quão intenso será o desenvolvimento do mercado de debêntures de infraestrutura. O objetivo não é aumentar, mas criar condições para que os investimentos sejam financiados de forma crescente pelo setor privado”, disse.
Desde 2009, o Tesouro Nacional tem injetado títulos públicos no BNDES para reforçar o capital da instituição. Dependendo da necessidade, o banco revende os títulos no mercado financeiro e utiliza o dinheiro para ampliar o volume de empréstimos. A ajuda chegou a R$ 100 bilhões em 2009, R$ 80 bilhões em 2010 e R$ 45 bilhões no ano passado. Neste ano, o banco recebeu R$ 40 bilhões e está autorizado por lei a receber mais R$ 15 bilhões em títulos federais.
Edição: Fábio Massalli