Da BBC Brasil e da Agência Lusa
Brasília – O Tribunal Constitucional, a mais importante Corte do Egito, suspendeu hoje (2) as atividades por tempo indeterminado, depois que manifestantes pró-governo impediram que os juízes participassem de uma reunião.
O tribunal estava prestes a decidir sobre a legitimidade da assembleia que vai elaborar a próxima Constituição egípcia. No sábado (1°), o presidente Mouhamed Mursi anunciou que a proposta de Constituição será votada em um referendo daqui a duas semanas. A oposição diz que o documento viola direitos básicos à liberdade.
Centenas de apoiadores do presidente do Egito, Mouhamed Mursi, reuniram-se em frente ao Tribunal Constitucional, no Cairo, enquanto aguardavam a decisão. Os manifestantes, muitos envoltos em lenços e com retratos de Mursi, passaram a noite no local para impedir os juízes de entrarem no edifício.
O projeto de Constituição, que deve ser submetido a referendo em 15 de dezembro, é boicotado pela oposição de esquerda, laica e cristã. Esta é a mais grave crise política no Egito desde a eleição, em junho, de Mursi, da Irmandade Muçulmana. As divisões são mais profundas entre grupos islâmicos e laicos, de esquerda e cristãos.