Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse hoje (28) que o parecer final, que está sendo lido neste momento depois de duas tentativas frustradas, trata de todos os assuntos discutidos pela comissão e está focado nas relações do criminosas do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados.
“O relatório não deixou para trás os principais assuntos que tangenciaram esta CPMI. Não houve omissões. O foco é uma exigência sine qua non de qualquer inquérito”, enfatizou Odair Cunha na leitura de um resumo do relatório final. A íntegra do parecer tem mais de 5 mil páginas.
Minutos depois de iniciar a leitura do relatório, a sessão foi suspensa, a pedido dos membros da comissão, para que o resumo que estava sendo lido pelo relator, com pouco mais de 80 páginas, fosse impresso e distribuído para todos os parlamentares.
Inicialmente composto por oito partes, o relatório está sendo lido com seis, depois da retirada dos capítulos 6 e 7 – que tratavam do pedido de investigação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e de jornalistas.
De acordo com o relator, a primeira parte do parecer faz uma discrição dos trabalhos da CPMI, com a transcrição de depoimento. Na segunda parte, são traçados os aspectos gerais da organização criminosa chefiada por Cachoeira e a associação dela com empresas do setor de construção civil, em especial com a empreiteira Delta Construção.
Já na terceira parte é abordado o financiamento da organização, com o detalhamento dos sigilos bancários e fiscal de todas as pessoas que tiveram envolvimento com a organização. A relação de servidores públicos e agentes privados com a organização é abordada nos tópicos 4 e 5.
No último capítulo, o relator lista uma série de sugestões para “aperfeiçoamento” da atual legislação para, segundo Odair Cunha, dotar o Estado de melhores instrumentos para o enfrentamento da criminalidade.
Depois da leitura do parecer final, será concedida vista para todos os membros da CPMI. Os parlamentares terão cinco dias para apresentar sugestões que poderão acrescentar e retirar partes aos texto. A previsão é que o relatório seja votado na próxima semana.
Edição: Talita Cavalcante