Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse hoje (28) que o Plano Viver sem Limite reconhece os direitos das pessoas com deficiência e resgata o papel do Estado de servir. Durante o Fórum Nacional de Inclusão e Responsabilidade Socioambiental Incluir Brasil 2012, ela explicou que o objetivo do plano é criar uma ponte entre a sociedade civil, o governo federal, os estados e os municípios.
A previsão é que, por meio do programa, sejam investidos R$ 7 bilhões em áreas como educação, saúde e inclusão social até 2014. “A boa notícia é que todas as ações que compõem o programa estão saindo do papel”, destacou Gleisi.
De acordo com a ministra, dos 45 centros de referência em reabilitação previstos no plano, 33 propostas foram aprovadas e já têm recursos orçamentários empenhados. Em tecnologia assistiva, que desenvolve recursos para permitir autonomia à pessoa com deficiência, a expectativa do governo é que sejam investidos R$ 60 milhões, sendo que R$ 20 milhões devem começar a ser aplicados entre 2012 e 2013.
Segundo Gleisi, das 79 oficinas ortopédicas fixas e itinerantes que devem ser colocadas à disposição até 2014, 12 foram aprovadas. Ela lembrou também que o governo já publicou as diretrizes terapêuticas da síndrome de Down e que, em dezembro, devem ser anunciadas mais três: da lesão medular, da pessoa amputada e da triagem neonatal auditiva.
“A aquisição de ônibus escolar acessível sempre foi uma luta muito grande. Temos a meta de entregar cerca de 2.700 ônibus até 2014. Já vamos confirmar e distribuir, até março de 2013, 741 ônibus que a indústria está entregando. Só não conseguimos distribuir com mais rapidez por dificuldade de produção dos veículos”, ressaltou.
A ministra se referiu ainda ao que chamou de “grandes conquistas” para a inclusão, como a Lei 12.470, que regulamenta o benefício de prestação continuada para a pessoa com deficiência, e o Decreto 7.611, que resgata o reconhecimento do papel da educação especial nas escolas.
Já a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, lembrou que o Censo 2010 indica a existência de 45 milhões de brasileiros que se autodeclaram pessoas com deficiência. O número representa 24% da população do país.
“Temos o desafio de incluir, de produzir cada vez mais respeito e dignidade humana e de retirar da sociedade brasileira as barreiras que impedem que as pessoas com deficiência e suas famílias tenham plenamente seus direitos como cidadãos reconhecidos”, disse.
Ainda durante o evento, o presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Nelson Breve, disse que o compromisso da comunicação pública com a inclusão das pessoas com deficiência é imenso. Segundo ele, a TV Brasil disponibiliza diariamente 18 horas de programação legendada, mas a meta é chegar a 24 horas.
“Ainda não avançamos tanto na audiodescrição [faixa narrativa adicional para os cegos e deficientes visuais]. Estamos com três horas semanais, praticamente toda a nossa programação de filmes. Queremos avançar mais e sermos referência nisso. Criamos no início deste ano a comissão de acessibilidade, porque queremos fazer mais, queremos contribuir mais para a acessibilidade das pessoas com deficiência.”
Edição: Davi Oliveira
Governo e entidades civis debatem inserção de pessoas com deficiência no mundo do trabalho
Oficina discute reordenamento de serviços de acolhimento para pessoas com deficiência
Algumas escolas ainda recusam crianças com deficiência ou doença crônica
IBGE aponta que 93% dos municípios têm iniciativas para inclusão da pessoa com deficiência na escola