Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Vários artistas estiveram hoje (22) no Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar a cerimônia de posse do novo presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, primeiro negro a comandar a Suprema Corte. Os atores Lázaro Ramos, Milton Gonçalves e Lucélia Santos, além da apresentadora Regina Casé, do sambista Martinho da Vila e do cantor Djavan, se juntaram à plateia de autoridades e parentes do ministro para acompanhar a cerimônia.
“Acho que ele é um símbolo para várias coisas”, disse Regina Casé, após a cerimônia. “A posse de um ministro negro mostra que o melhor caminho para se fazer justiça é a educação. O que a gente precisa é de igualdade na educação”, definiu a apresentadora.
Assim como ela, o sambista Martinho da Vila também considerou a posse de Joaquim Barbosa simbólica. Para ele, trata-se de “um grande passo para a diminuição dos preconceitos”. Martinho da Vila, no entanto, preferiu exaltar a competência do ministro para ter chegado à presidência do STF. “O importante é que Joaquim está lá não por ser negro ou por ser pobre, mas por sua capacidade”, disse o sambista.
A atriz Lucélia Santos, que interpretou uma escrava branca na novela Escrava Isaura, que foi exibida pela TV Globo de 1976 a 1977 com base no livro de Bernardo Guimarães, disse que desde aquela época já imaginava que um dia poderia ver um presidente negro em um dos Poderes da República. Ela elogiou a postura e o trabalho de Joaquim Barbosa e disse estar alegre por ter participado da cerimônia de posse. “Por tudo o que ele vem fazendo, por todo o trabalho dele, é uma honra estar aqui hoje”, disse.
Barbosa é bastante ligado a questões raciais e faz referências ao assunto em discursos, votos e conversas. Veio de uma família simples de Paracatu, em Minas Gerais, e ocupou vários postos até ser convidado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar o STF em 2003, época em que atuava como procurador no Rio de Janeiro. No discurso de posse, ele criticou a Justiça desigual e disse que “de nada valem as edificações suntuosas, os sistemas de comunicação e informação, se naquilo que é essencial a Justiça falha porque é prestada tardiamente e porque presta um serviço que não é imediatamente fruível”.
Edição: Carolina Pimentel
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