Daniel Mello e Fernanda Cruz *
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo – Dois homens foram mortos na Grande São Paulo durante a madrugada. Os dois crimes aconteceram por volta das 2h de hoje (20), um na zona leste da capital e outro em Santo André, no ABC Paulista.
Anderson de Oliveira Santana, de 24 anos, foi morto enquanto conversava com amigos em frente à casa de um deles, no Jardim Marek, em Santo André . Duas testemunhas disseram que quatro homens em duas motos se aproximaram do grupo e fizeram diversos disparos contra Anderson, após terem lhe pedido uma informação. As testemunhas, que estavam na companhia do jovem morto, correram para dentro da casa fugindo do ataque.
Na Vila Jacuí, zona leste de São Paulo, Douglas Castro Dunki, de 30 anos, foi encontrado caído em uma avenida por policiais militares. O jovem foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Também na zona leste, dois homens foram baleados por volta das 2h30 a poucos metros de distancia um do outro. O primeiro, de 19 anos, foi atingido nas costas e na costela e o segundo, de 22 anos, na perna e nas costas. Uma testemunha disse que os ataques foram feitos por dois homens em uma moto. As duas vítimas foram levadas para o Hospital Municipal Professor Doutor Alípio Correa Neto.
O Movimento Mães de Maio cobra que casos como esses tenham investigação federal. Segundo a coordenadora do movimento, Débora Maria da Silva, existem grupos de extermínio atuando no estado de São Paulo, inclusive, com a participação de policiais. “Existem grupos de extermínio, existem milicianos muito bem aparelhados dentro dos batalhões”, denuncia.
O aumento da violência no estado nos últimos meses levou os governos estadual e federal a firmarem um convênio de cooperação estratégica. Foram disponibilizadas vagas nas penitenciárias federais para a transferência de líderes de facções criminosas. Dois criminosos apontados como mandantes de execuções de policiais, que tiveram um expressivo aumento ao longo do ano, já foram transferidos.
Ontem (19) foi deflagrada uma operação com destacamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de outras regiões para ajudar a conter a entrada de drogas e armas pelas divisas paulistas.
Hoje (20), em Brasília, onde participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que a cooperação ainda vai demorar a surtir efeitos práticos. “Iniciamos agora, ontem, a nossa ação de contenção. Há muito o que seguir [fazer], mas que ninguém pense que problemas como esse se resolvem do dia para a noite. O que eu posso dizer é que estamos fazendo o que podemos, nos limites das nossas forças, para tentar resolver este problema não só em São Paulo, mas no Brasil”, disse o ministro.
* Colaborou Alex Rodrigues
Edição: Fábio Massalli
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