Em meio à indefinição sobre cessar-fogo, Gaza é bombardeada novamente

20/11/2012 - 22h15

Da BBC Brasil

 

Brasília - Em meio à indefinição sobre um cessar-fogo que segundo o Hamas seria anunciado oficialmente ainda na noite de hoje (20), a Faixa de Gaza foi bombardeada novamente por forças de Israel. Para especialistas, a nova ofensiva adia uma possível trégua no conflito.

Pelo menos 20 palestinos foram mortos. Dois israelenses - um soldado e um civil - também morreram, vítimas de ataques de foguetes lançados da Faixa de Gaza.

Mais cedo, autoridades egípcias e palestinas informaram que o cessar-fogo seria anunciado ao fim de conversas ocorridas no Cairo, capital do Egito. No entanto, o porta-voz do governo israelense, Mark Regev, disse à BBC que o acordo ainda não havia sido finalizado.

"Não tenho dúvida de que o Hamas queira uma trégua temporária para que possa descansar e rearmar-se de forma a atacar Israel novamente na semana que vem ou no próximo mês. Não estamos interessados nessa proposta", declarou.

Ainda na noite de hoje, um funcionário do alto escalão do Hamas, Izzat Risheq, avaliou que a trégua não seria firmada até a manhã de amanhã (21).

Já os militares israelenses alegaram que a nova ofensiva tinha por objetivo matar "dois alvos terroristas" na região central da Faixa de Gaza.

Poucas horas antes, Israel havia exortado moradores de vilarejos ao redor da Faixa de Gaza para se deslocarem a zonas centrais para sua "própria segurança". Entre os palestinos mortos hoje, estão dois jornalistas de uma TV ligada ao Hamas.

Há poucos minutos, a correspondente da BBC Lyse Doucet tuitou de Gaza que "ouviu fortes explosões" e que estava "sem luz". A queda de energia foi confirmada pelo repórter da BBC Rushdi Abualouf. Segundo ele, grande parte do território estava "às escuras".

Na noite desta terça-feira, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, chegou a Israel, em um esforço para alcançar um armistício.

Ela disse que trabalharia com Israel e o Egito para costurar uma trégua em Gaza "nos próximos dias". Hillary acrescentou que é essencial "amenizar a situação" na região e aceitar os esforços egípcios.

Após uma reunião a portas fechadas com o premiê israelense Binyamin Netanyahu, a secretária de Estado americana deve viajar a Ramallah, na Cisjordânia e ao Cairo nesta quarta-feira.