Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – No Mercosul há pouco mais de dois meses, a Venezuela assumirá a presidência pro tempore do bloco em 2013, ano em que o órgão deve encerrar a suspensão do Paraguai. O embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Sánchez Arveláiz, disse à Agência Brasil que o objetivo dos venezuelanos no grupo é fortalecer a região e incrementar as relações econômicas, comerciais e sociais.
O diplomata negou a possibilidade de a Venezuela fazer restrições ao Paraguai. “Não se pensa nisso. O Mercosul é uma prioridade para nós. Vamos trabalhar para ampliar o desenvolvimento nas regiões fronteiriças, buscar a complementaridade e o fortalecimento mútuo”, disse Sánchez Arveláiz.
Venezuela e Paraguai têm divergências políticas e ideológicas. O Parlamento do Paraguai não reconhece a adesão da Venezuela ao Mercosul, pois o ingresso ocorreu em 31 de julho, quando os paraguaios estavam suspensos do bloco. O Paraguai foi suspenso do grupo por decisão unânime dos governos do Brasil, da Argentina e do Uruguai que discordaram da forma como o então presidente Fernando Lugo foi destituído do poder, em junho.
Em dezembro, haverá uma reunião em Brasília quando é esperada a conclusão do processo de adequação da Venezuela ao protocolo do Mercosul. Essas negociações referem-se a termos, expressões, tarifas e siglas relativas aos produtos comercializados na região.
Com o ingresso da Venezuela, o Mercosul contará com uma população de 270 milhões de habitantes (70% da população da América do Sul), registrando um Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes de US$ 3,3 trilhões (o equivalente a 83,2% do PIB sul-americano) e um território de 12,7 milhões de quilômetros quadrados (72% da área da América do Sul).
O embaixador venezuelano no Brasil disse que as áreas de interesse da Venezuela para exportações envolvem o setor de petroquímicos e derivados, além de alumínio e vidros, assim como o de material de construção. “Vamos trabalhar juntos e muito”, disse.
Edição: Graça Adjuto