Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Parentes de vítimas de balas perdidas fizeram na tarde de hoje (9), na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, uma manifestação contra esse tipo de violência no estado. Os manifestantes encenaram uma ceia sobre uma mesa de 20 metros de comprimento, coberta por uma toalha branca e com taças de vinho tinto, representando o sangue das pessoas atingidas acidentalmente por disparos de armas de fogo durante ações da polícia.
O protesto foi uma ideia da família da menina Juliana Rodrigues, morta em setembro do ano passado, aos 6 anos de idade, por uma bala perdida durante tiroteio entre policiais e criminosos no Caju, na zona portuária do Rio de Janeiro.
O pai de Juliana, Wilson Francisco do Espírito Santo, diz que, apesar de já ter passado um ano da morte de sua filha, a dor da família ainda é grande. “A família sofre todo dia com a perda da Juliana, mas a sociedade não sabe o que acontece. A gente quis fazer esta manifestação justamente para chamar a atenção da sociedade, porque todos os dias você vê na televisão gente morrendo de bala perdida”, disse.
Com apoio da organização não governamental Rio de Paz, um cartaz de 7 metros de largura por 2 metros de altura foi colocado na areia da praia, mostrando os nomes de crianças que morreram em confronto entre policiais e criminosos no Rio de Janeiro. Uma das vítimas recentes de bala perdida foi uma menina de 5 anos, atingida na perna, anteontem (7), durante confronto entre policiais e criminosos na Favela do Lixão, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão de pesquisa oficial da Secretaria de Segurança do Rio, o número de vítimas de balas perdidas aumentou 7% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2011. Neste ano, foram 61 vítimas e, no ano passado, 57. O número de mortos, no entanto, caiu de seis em 2011 para dois neste ano.
Segundo o ISP, o número de ocorrências de balas perdidas caiu entre 2009 e 2011. Em 2009, foram 185 casos e oito mortes; em 2010, 124 casos e 14 mortes; e em 2011, 81 casos e sete mortes.
Edição: Lana Cristina