Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Famílias de sem-terra deixaram hoje (9), pela manhã, duas das sete fazendas ocupadas na última sexta-feira, na região do Pontal do Paranapanema, oeste do estado de São Paulo. A saída ocorreu de forma pacífica após uma decisão da Justiça que acatou a solicitação dos donos de retomada das áreas.
O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra da Base (MSTB), Luciano de Lima, informou, no entanto, que as ocupações devem permanecer nas outras cinco fazendas e que o movimento planeja ocupar outras áreas no estado. “A saída foi para cumprir a liminar, mas vamos continuar nas outras áreas e efetuar novas ocupações”, disse Luciano de Lima.
Segundo ele, não houve confronto nas retiradas. As desocupações ocorreram nas fazendas Clarice, no município de Iacri, e Mondengo, no município de Arco-Íris.
Apesar de também existir um processo de reintegração de posse em outra área ocupada, a da fazenda Célia Maria, no município de Marabá Paulista, os sem-terra continuam no local. As fazendas São José, no município de Tabarai; Bandeirantes, em Paulicéia; Nossa Senhora de Lourdes, em Junqueirópolis, e Fortaleza, em Iepê, permanecem ocupadas.
De acordo com Luciano de Lima, o número de acampados ligados ao MSTB chega a 8 mil famílias. Ele informou que os sem-terra querem uma audiência com a presidenta da República, Dilma Rousseff, para tratar do assunto, por meio do recém-criado Fórum Estadual São Paulo pela Reforma Agrária. Além do MST da Base, fazem parte desse fórum outras entidades sociais e sindicais. As ocupações também estão ligadas às manifestações do Grito dos Excluídos.
Edição: Luciana Lima