Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília – Os estados que solicitam ao Ministério da Justiça a presença da Força Nacional de Segurança Pública devem procurar contratar mais policiais civis e militares. A recomendação é da secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, em entrevista a Agência Brasil.
De acordo com a secretária, os governos estaduais que recebem o reforço têm que lembrar que a ajuda é temporária. Por isso, devem preparar as condições para que a tropa especial possa deixar o município dentro dos prazos previstos, sem prejuízo ao trabalho desenvolvido.
“A força faz parte de um programa de auxílio aos estados, mas não pode ficar permanentemente em um mesmo local, nem substituir as forças de segurança locais. Desejamos que os governos preparem [as condições para] a saída do efetivo enviado pelo governo federal, capacitando suas polícias para que possam dar continuidade às ações de segurança pública”, disse Regina.
Ela explicou a forma como vai atuar o contingente que, a pedido do governo de Goiás, permanecerá por mais três meses no Entorno do Distrito Federal, além dos 133 homens que chegarão Brasília nos próximos dias.
"Em Goiás, o acordo era para a Força Nacional atuar nas cinco localidades com os maiores índices de homicídio. Tem um ano e cinco meses que estamos lá. O número de ocorrências caiu, mas não houve aumento do efetivo goiano durante este período. O efetivo do Distrito Federal é suficiente para cobrir seu território, mas não para policiar as divisas com Goiás", comentou Regina.
O secretário Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, falou a respeito do déficit de policiais e reconheceu que a presença das tropas federais não elimina a necessidade da contratação de novos policiais.
Segundo Regina Miki, as duas frentes vão agir em conjunto. Nas cidades goianas do Entorno do Distrito Federal, onde homens da força especial atuam desde março de 2011, a tropa continuará auxiliando no policiamento ostensivo e na resolução de inquéritos policiais parados por falta de profissionais. No Distrito Federal, o efetivo atuará em blitz nas estradas a fim de evitar a entrada de drogas e a ação de criminosos que deixam Brasília com veículos roubados e vítimas de sequestros-relâmpago.
Segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, de cada três furtos de veículos registrados na capital federal, um é praticado por criminosos que fogem para o entorno, onde muitos deles vivem.
Para garantir a eficácia das ações, a secretária garante ter recomendado às secretarias de segurança pública de Goiás e do Distrito Federal a reativação o gabinete de gestão integrada e a retomada das reuniões conjuntas.
“O gabinete existe, mas suas atividades foram interrompidas, o que é algo injustificável e que não sabemos o motivo, se foi por mudanças de governos. Agora, concluímos que este gabinete tem que funcionar porque não se pode dizer que não há uma crise de segurança pública na divisa entre o Distrito Federal e Goiás e isso só será resolvido conjuntamente”, disse.
Edição: Beto Coura