Estabilidade financeira é o maior atrativo dos que buscam uma vaga no serviço público

26/08/2012 - 15h11

Da Agência Brasil

Brasília – A busca por uma vaga no serviço público continua em alta e os candidatos não desanimam, mesmo diante das greves que mobilizam há quase três meses cerca de 30 categorias em busca de reajustes salariais e de reestruturação das carreiras.

Segundo as pessoas ouvidas pela Agência Brasil, a estabilidade financeira é o maior atrativo do serviço público, seguida por outros benefícios como o plano de saúde, o décimo terceiro salário, as férias e a jornada de trabalho definida. Para alguns, Brasília é a cidade onde há maior número de concursos e vagas, e, por isso, é considerada “a capital do concurso público”.

 

Nayara Cristina Ribeiro, 18 anos, vendedora

"Se você quiser garantir alguma coisa no futuro, tem que estudar. Por mais difícil que pareça, passar em um concurso público é a maneira mais fácil de conseguir um bom emprego com todos os benefícios, como plano de saúde, décimo terceiro salário e férias. Eu vou começar a estudar agora e tenho consciência que sem empenho é impossível. A minha família me apoia e, por enquanto, não sofro pressão, mas já comprei até as apostilas e entrei em um cursinho preparatório. Agora não dá mais para desistir. É estudar até conseguir entrar no número de vagas. Tem gente que estuda anos para passar em algum concurso. A greve dos servidores me assusta um pouco, mas não chega a desanimar.”

 

Luna Rodrigues, 33 anos, estudante

"Apesar de ser filha de servidor público, eu nunca pretendi trabalhar na área pública. Trabalhei no comércio por muitos anos, mas é um pouco ingrato. Em um período as vendas vão bem e, em outros, nem tanto. A rotatividade é muito grande. Quando me casei, surgiu a questão da estabilidade. Para ter um pouco de tranquilidade é preciso um salário razoável, e, por isso, cogitei a ideia do serviço público. Apesar das greves, eu ainda tenho preferência pelos concursos federais. Quero ter a tranquilidade de um salário no fim do mês, benefícios de saúde e ainda conseguir ajudar minha mãe. Acho que todo mundo que faz concurso quer isso.”

 

Felipe Pereira Sales, 23 anos, formado em marketing

"Está muito complicado trabalhar no setor privado. A competitividade é muito alta e não tem estabilidade. Em vez de começar uma vida no setor privado, eu prefiro me empenhar para ingressar na carreira  pública. A principal razão que me fez entender a importância do serviço público é a qualidade de vida, até mesmo pela jornada de trabalho. Em diversos cargos, a remuneração também chega a ser maior quando comparada aos serviços privados. Ainda estou sem foco em algum concurso específico e vou fazer as provas para ver como me saio. A greve dos servidores não me desanima, porque mesmo com todos os problemas, ser servidor público ainda é mais vantajoso pelos benefícios.”

 

Sanmuel Notri Dame, 24 anos, advogado

"Acredito que muitas pessoas começam a fazer concursos para garantir estabilidade financeira. Eu sou de Sergipe e moro em Brasília há oito meses. Para mim, Brasília é a capital dos concursos. Já estou estudando há um ano, intercalando cursinho e estudos em casa. O meu objetivo é garantir uma vaga no concurso da Polícia Federal, onde as provas são mais específicas e com as melhores remunerações. Se por um lado estou empenhado em passar na prova, por outro, a greve desestimula um pouco. Acho que a reivindicação para aumentar os salários e a reestruturação no plano de carreira pode diminuir o número de possíveis contratações. Mas não vou deixar de estudar por isso. Talvez seja o estímulo que falta para estudar ainda mais.”

 

Lorena Almeida Barcelos Albuquerque, 25 anos, estudante

"Há dois anos estudo para passar em algum concurso. Já fiz algumas provas, mas agora estou tentando concursos para cargo de analista, já que sou graduada em direito. Sou de Minas Gerais e moro em Brasília há dez meses. Vim para estudar e aqui parece ter mais oportunidades. Acredito que o resultado da greve servirá de alguma forma para melhorar a atual situação dos servidores federais no país. Não vejo problema em querer salários melhores. Porém, a paralisação assusta um pouco. Investimos muito tempo estudando e, ao conquistar um cargo público, logicamente queremos uma boa remuneração. Os benefícios ainda compensam mais do que tentar o mercado privado, já que em alguns lugares a jornada de trabalho é cansativa e sem benefícios, como plano de saúde. Todo mundo quer estabilidade e qualidade de vida.”

 

Edição: Andréa Quintiere