Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Seis séculos de arte coreana podem ser vistos até o dia 25 de novembro no Museu de Arte de São Paulo (Masp) na exposição O Espectro Diverso – 600 Anos de Cerâmica Coreana. Pensada especialmente para o Masp, em comemoração aos 50 anos da imigração coreana no Brasil, a mostra reúne 70 obras feitas em cerâmica, do século 14 até os dias de hoje, todas vindas do Museu Nacional da Coreia.
Segundo a curadora da mostra, Hea-Gyeong Lee, do Museu Nacional da Coreia, vieram para São Paulo exemplares raros da arte coreana em cerâmica. Além das peças reunidas ao longo de 600 anos, há obras feitas por artistas contemporâneos vivos, para mostrar a continuidade da expressão artística com a cerâmica e revelar que, nesta arte, a herança dos métodos tradicionais de produção e decoração adapta-se à estética atual.
O Espectro Diverso – 600 Anos de Cerâmica Coreana inclui obras da Dinastia Joseon (1392-1910), que durou cinco séculos e veio antes da Goryeo (918-1392 ). A influência da Joseon foi uma mudança de paradigmas que participou do desenvolvimento da época de ouro da produção ceramista. Segundo a curadora da mostra, as dinastias e ideologias religiosas e filosóficas influenciavam fortemente as artes e manufaturas na Coreia.
Inicialmente, esta porcelana só era usada pela família real e pela corte em cerimônias e rituais e como utensílios de mesa, como copos e jarras, principalmente, explicou Hea-Gyeong Lee. "Mas, com o crescimento e difusão da técnica, a população passou a demandar porcelana branca dos artesãos. E assim a produção deste tipo de cerâmica, iniciada nas províncias centrais e do Sul, se espalhou por todo o país.”
De acordo com Lee, esta será a primeira vez que este lado da cultura coreana será visto no Brasil. A exposição é o evento de abertura das comemorações da partida dos imigrantes da Coreia e de sua chegada ao Brasil. A data será lembrada ainda em eventos preparados pela Fundação Coreia em diversos estados.
“Pelo festival, os brasileiros poderão ver a cultura coreana de várias maneiras diferentes. Além de obras bem antigas, há trabalhos dos melhores artistas contemporâneos, que estão fazendo sucesso na Coreia e fora dela”, completou Lee.
Edição: Nádia Franco