Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Com cerca de 14 milhões de habitantes, o Equador detém grandes reservas de petróleo, responsáveis por 40% das exportações do país. O embaixador do Equador no Brasil, Horacio Sevilla-Borja, disse à Agência Brasil que a estimativa de crescimento da economia do país é 8% ao ano e que as conquistas sociais são constantes. Mais de 90% dos equatorianos são alfabetizados e têm acesso à educação gratuita.
“É motivo de grande felicidade fazer parte desta grande integração, como defendia Simon Bolívar [que liderou os movimentos de independência das colônias espanholas na região]. Nós nos necessitamos mutuamente”, disse o embaixador.
Sevilla-Borja destacou os grandes avanços obtidos pelos sul-americanos, citando, entre eles, o enfrentamento da crise econômica internacional. “Todos [os sul-americanos] se esforçaram para impedir que os direitos sociais fossem atingidos pelos efeitos da crise. E, conseguimos.”
Na América do Sul, também há uma história recente comum, pois a chegada de líderes de esquerda ao poder na região ocorreu quase simultaneamente em vários países. Em janeiro de 2007, ao tomar posse, o presidente do Equador, Rafael Correa, convocou um referendo para a população opinar sobre mudanças na Constituição e revisão da proposta de pagamento da dívida externa.
De personalidade marcante, Correa uniu-se aos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, nas críticas à pressão internacional, exercida, segundo eles, principalmente pelas grandes potências econômicas. Em 2008, ele reclamou da dívida para a construção da Usina Hidrelétrica de San Francisco, em território equatoriano, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).
Para o presidente do Equador, o empréstimo foi direcionado à construtora brasileira Odebrecht, mas legalmente aparecia como dívida do Equador com o Brasil. Recentemente, Correa resolveu enfrentar o Reino Unido e a Suécia, ao conceder asilo político ao australiano Julian Assange, fundador do site Wikileaks. O Reino Unido quer que Assange seja extraditado para a Suécia, onde é acusado de crime sexual. Ele está abrigado na sede da Embaixada do Equador, em Londres.
Paralelamente, Correa está à frente das negociações para o ingresso do Equador no Mercosul. Fundado em 1991, o bloco gerou aumento no intercâmbio comercial da região. Em 1990, o intercâmbio entre os membros do bloco era de US$ 4,1 bilhões. No ano passado, o fluxo comercial atingiu US$ 104,9 bilhões.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores diz que o desafio, a partir da adesão da Venezuela no bloco, é superar as diferenças regionais por meio do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), que investe US$ 100 milhões anuais em projetos que visam a aumentar a competitividade e a coesão social do bloco.
Com o ingresso da Venezuela, o Mercosul contará com uma população de 270 milhões de habitantes (70% da população da América do Sul), Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes de US$ 3,3 trilhões (o equivalente a 83,2% do PIB sul-americano) e território de 12,7 milhões de quilômetros quadrados (72% da área da América do Sul).
Edição: Nádia Franco