Da Agência Brasil
Brasília - Técnicos da Farmácia Viva, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, contam com a ajuda de dez detentos do Complexo Penitenciário da Papuda para o cultivo de guaco, boldo nacional e erva baleeira, plantas medicinais usadas no tratamento fitoterápico. O projeto, coordenado pela Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), abastece a rede pública de saúde, oferecendo matéria-prima para tratamentos alternativos de doenças que podem ser curadas com medicamentos fitoterápicos.
O chefe do Núcleo de Suporte à Assistência Farmacêutica em Terapias Não Convencionais, Nilton Netto, ressalta a importância do cultivo de plantas medicinais para abastecer a rede pública de saúde. "O consumo de plantas fitoterápicas é um meio alternativo para a cura de muitas doenças, e é preciso explorar isso. O empenho tanto dos técnicos quanto dos detentos garante a produção de fitoterápicos de qualidade, que ajudará a população, além de ser muito mais econômico que um remédio tradicional", disse.
A diretora executiva da Funap, Verlúcia Cavalcante, explica que projeto é importante não só para o abastecimento de plantas fitoterápicas para a rede de saúde pública do Distrito Federal, mas também para a ressocialização dos detentos, além de garantir a redução de suas penas. "Eles plantam, colhem e garantem a continuidade de produção [das plantas]. A cada três dias de trabalho, eles [detentos] têm um dia a menos nas penas", disse.
O xarope de guaco, usado no tratamento de excreção de muco, é o medicamento fitoterápico mais prescrito na rede pública no DF. Desde a implantação do projeto, em 2009, já foram produzidos 64.657 frascos do xarope. O boldo nacional é utilizado no tratamento para auxiliar a digestão, e a erva baleeira para dores associadas aos músculos e tendões.
A Farmácia Viva também produz outros seis tipos de plantas medicinais reconhecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em seu Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, como alecrim, babosa e confrei.
Os dez presos que participam do projeto cumprem regime semi-aberto, ou seja, durante o dia trabalham no cultivo das plantas e à noite retornam para a Papuda. O Programa Farmácia Viva abrange 21 unidades de saúde: 17 centros de saúde; um Núcleo de Atenção à Saúde da Família; dois Hospitais e uma unidade especializada. De 2001 a 2011, foram produzidos 182.217 fitoterápicos.
Edição: Fernando Fraga