Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Embaixo de chuva, foi inaugurada na noite de hoje (17) a Praça Memorial 17 de Julho, projetada em homenagem às 199 vítimas do acidente aéreo ocorrido há exatos cinco anos no local. Naquele dia, o avião da TAM vindo de Porto Alegre saiu da pista do Aeroporto de Congonhas, zona sul paulistana, e bateu contra um prédio fora do terminal.
Durante a cerimônia, foi rezada missa campal e parentes depositaram flores ao redor do monumento. No centro da praça está a única árvore que restou após o acidente. Em volta dela, foi construída uma fonte onde estão gravados os nomes dos mortos.
Para o presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ 3054 (Afavitam), Dário Scott, o monumento atende às expectativas dos parentes das vítimas. “ A gente sempre procurou homenagear a vida, trazer uma energia positiva para esse local onde os nossos familiares morreram de forma tão brutal”, disse. “Ficou um espaço de reflexão para todos que passam aqui na cabeceira do Aeroporto de Congonhas sobre a responsabilidade de seus atos em um sistema de transporte, como o de transporte aéreo”.
Mãe da jovem Raquel, que com 19 anos vinha no voo JJ 3054 para passar férias com amigos, Zeoni Soares Warmiling ressaltou que apesar do “momento especial” com a entrega do monumento, os parentes ainda esperam punição para os responsáveis pela tragédia. “Esperamos que a verdade apareça e que a justiça, mesmo que branda, seja feita”, disse.
Três pessoas foram apontadas pelo Ministério Público Federal como responsáveis pelo acidente e respondem pelo crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo. São elas: Denise Maria Ayres Abreu, então diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, na época diretor de Segurança de Voo da TAM; e Alberto Fajerman, que era vice-presidente de Operações da companhia aérea.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, acredita que o projeto, que custou R$ 3,6 milhões e começou a ser construído em 2011, ajudará parentes das vítimas a lidarem com a perda. “Essa praça é uma maneira que achamos de levar um pouco mais de conforto aos familiares dessas 199 vítimas”.
Edição: Fábio Massalli