Roberta Lopes *
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A viúva do ex-líder palestino Yasser Arataf, Suha Arafat, autorizou hoje (4) a exumação do corpo do marido, morto em 2004. Nos pertences do palestino usados no período em que ficou doente, como escova de dentes, foram encontrados resíduos de um material químico altamente tóxico, o polônio, levantando a suspeita de que o líder palestino teria sido vítima de envenenamento.
Suha Arafat, que atualmente mora na Ilha de Malta, pediu ainda que seja feita uma autópsia para verificar se há presença do material químico nos restos mortais de seu marido.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) aceitou exumar o corpo de Arafat, enterrado no complexo da ANP, em Ramallah, na Cisjordânia. A ANP informou que realizará uma investigação internacional para tentar esclarecer o mistério sobre a morte do ex-líder palestino.
Fundador da organização político-militar Al Fatah e líder da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Arafat é considerado o principal símbolo da luta dos palestinos pela criação de um Estado Palestino independente.
Arafat foi fundamental na articulação para um processo de paz entre Israel e Palestina. Ele foi o signatário dos Acordos de Paz de Oslo, em 1993, que previam o fim dos conflitos e a abertura de negociações sobre os territórios ocupados por Israel, como a Faixa de Gaza. Pelo lado israelense, assinou o acordo, Itzhak Rabin. A mediação do acordo foi feita pelos Estados Unidos, presididos na época por Bill Clinton.
Em outubro de 2004, quando estava sitiado pelo exército israelense no quartel general da ANP em Ramallah, Arafat ficou gravemente doente de forma repentina. As causas de sua morte, no dia 11 de novembro de 2004 em um hospital francês, não foram esclarecidas até hoje. Existem suposições e rumores de que ele sofria de câncer, cirrose ou aids, mas nenhuma dessas hipóteses foi comprovada.
* Com informações da BBC Brasil
Edição: Carolina Pimentel