Repórter Emerson Penha
Correspondente da EBC na África
Maputo (Moçambique) - O Conselho de Ministros aprovou, em reunião na capital do país, a concessão para construção e exploração de uma linha férrea de 780 quilômetros entre as cidades de Moatize, na província de Tete, e o Porto de Nacala, em Nampula, no Oceano Índico. A obra será executada por um consórcio em que a mineradora brasileira Vale tem 80% e o governo de Moçambique, por meio da estatal CFM, 20%.
A previsão é que as obras durem três anos. Pela linha férrea serão transportadas até o Porto de Nacala, para embarque em navios, cerca de 40 milhões de toneladas de carvão por ano. A Vale é a principal mineradora em operação no país, e tem cerca de 1.400 funcionários, dos quais 40% são brasileiros, envolvidos na exploração do combustível fóssil em Tete.
O investimento total estimado é US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 3 bilhões). A expectativa do governo moçambicano é que, além de cargas, os trens também possam transportar passageiros, a exemplo das linhas operadas pela Vale no Brasil – Vitória-Minas e Carajás-São Luís, no Maranhão.
Com a construção da ferrovia, outro trecho será viabilizado: o ramal ferroviário entre o país vizinho Malawi e Moatize, em Moçambique. O Malawi não tem litoral e a ferrovia poderia ser uma alternativa para importação e exportação de produtos e transporte de passageiros. A Vale também já manifestou interesse na construção e operação desse trecho, com custo de implantação estimado em US$ 700 milhões.
Edição: Aécio Amado