Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A saúde de Carlinhos Cachoeira está deteriorada e ele não come há dias, relatou à Agência Brasil a advogada Dora Cavalcanti. Ela diz que a situação de seu cliente se agravou desde que foi transferido da ala federal do Presídio da Papuda para o Centro de Detenção Provisória (CDP) do mesmo complexo penitenciário, como resultado da revogação do mandado de prisão da Operação Monte Carlo.
“Estamos preocupados com a integridade física dele, que passou por deterioração seríssima", disse Dora. Ela também informou que o empresário não recebe visitas da família há dias e está alojado em um ambiente sujo, o que colabora para a piora do quadro emocional.
Segundo o diretor do CDP, Nivaldo Oliveira da Silva, havia, sim, preocupação com a saúde de Cachoeira quando ele foi transferido para o local na última quinta-feira (21). No dia seguinte, o empresário teve uma consulta com o psiquiatra da família, que mudou sua medicação. Cachoeira também passou por uma entrevista com o próprio Nivaldo, que alertou sobre cuidados que ele deveria tomar para preservar a saúde.
“Se a gente não adotasse esses procedimentos, ele poderia ficar doente. Mas agora melhorou muito, está bem, saudável e comendo”, disse o diretor. Nivaldo ainda informa que o empresário está alojado em local adequado, embora divida uma cela pequena com mais sete presos. Cachoeira não teve direito a cela especial porque ainda não apresentou diploma de nível superior.
O diretor do CDP informa também que, assim como os outros presos, Cachoeira tem direito a dois banhos de sol diários de até duas horas, um pela manhã e outro à tarde, e que ele está se comunicando normalmente com os outros detentos.
O empresário está detido preventivamente há quase quatro meses como resultado da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Ele é apontado como líder de esquema de corrupção, tráfico de influência e exploração ilegal de jogos no Centro-Oeste. Há ainda um segundo mandado de prisão contra Cachoeira resultante da Operação Saint-Michel, que apurou suposta fraude na área de transporte público do Distrito Federal.
No início desta semana, os advogados acionaram o STJ duas vezes para tentar derrubar os dois mandados de prisão contra Cachoeira. O primeiro recurso, relativo à Operação Monte Carlo, é para que a Quinta Turma do STJ analise decisão do ministro Gilson Dipp que anulou liberdade concedida ao empresário pelo desembargador Fernando Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF1). A decisão do ministro atendeu a uma reclamação do Ministério Público.
Em relação à Operação Saint-Michel, os advogados recorreram ao STJ contra decisão unânime do Tribunal de Justiça do DF que negou liberdade a Cachoeira na última quinta-feira (21). “O processo da Saint-Michel é muito mais simples e menos grave que o da Monte Carlo. E da mesma forma que a Justiça já soltou os [acusados] da Saint-Michel, o Cachoeira também tem que ser solto”, argumenta a advogada. O recurso está sob relatoria de Gilson Dipp.
Edição: Talita Cavalcante e Graça Adjuto
CPMI do Cachoeira ouve mais três pessoas ligadas ao governador de Goiás
Defesa de Cachoeira volta a acionar Justiça para conseguir liberdade do empresário
Casal de parlamentares que jantou com Cavendish continua a integrar CPMI do Cachoeira
Arquiteto explica que decoração de casa foi contratada por mulher de Cachoeira