Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe a Síria, Kofi Annan, anunciou hoje (2) que Grupo de Ação para a Síria vai se reunir no próximo sábado (30), em Genebra, para discutir a crise no país árabe.
O grupo é formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França – e países da região.
O grupo vai discutir como implantar um plano de paz para conter a violência na Síria, libertar presos, permitir o acesso da mídia internacional ao país, debater as demandas do povo sírio e garantir a prestação de socorro humanitário.
A comissão de investigadores independentes da ONU, liderada pelo diplomata brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, apresentou relatório ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre a situação no país. De acordo com Pinheiro, a violação aos direitos humanos está aumentando em meio a um conflito cada vez mais militarizado.
"A comunidade internacional não pode deixar de exercer um esforço concentrado para pôr fim à violência", salientou Paulo Pinheiro.
Pinheiro retornou de uma visita de três dias a capital síria, Damasco. Um dos objetivos era apurar a morte de 100 pessoas em Houla durante os confrontos entre os aliados do governo e os grupos de oposição. Os investigadores não conseguiram identificar os responsáveis pela chacina, mas suspeitam que “forças leais ao governo podem ter sido responsáveis por muitas das mortes”.
O relatório também menciona mortes cometidas pelos grupos armados de oposição. Segundo o investigador, as forças ligadas ao governo do presidente Bashar Al Assad e os grupos antigovernamentais estão se armando, o que eleva o risco de agravamento da situação na Síria. Organizações de direitos humanos informam que mais de 15 mil pessoas, a maioria civis, morreram desde o início dos confrontos na Síria em março do ano passado.
Na reunião do Conselho de Direitos Humanos, a embaixadora do Brasil, Maria Nazareth Farani Azevêdo, se posicionou favorável ao encontro convocado por Annan para o final de semana e defendeu maior empenho da comunidade internacional.
“O Brasil está profundamente preocupado com a escalada da violência na Síria, cujo peso recai sobre civis indefesos, inclusive mulheres e crianças. O número de vítimas continua a crescer, e a situação humanitária é cada vez mais dramática”, disse.
Edição: Rivadavia Severo