Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Os líderes mundiais devem se comprometer com uma agenda ambiental sustentável, sob pena de verem aumentar nas ruas a mobilização popular. A advertência é de representantes de partidos verdes de 36 países, reunidos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.
O coordenador internacional da Federação Mundial dos Partidos Verdes, Jean Rossiaud, ressaltou que é hora dos governantes agirem. “Basta com esse modelo que vai nos levar à catástrofe e ao fracasso. Estamos convencidos que o problema é muito maior do que imaginávamos em 1992. Agora é o momento da ação”, enfatizou Rossiaud.
A senadora do Partido Verde da Austrália Larissa Waters lamentou as ausências de importantes líderes mundiais na Rio+20. “Eu estou muito desapontada que vários líderes não levaram a Rio+20 mais a sério, pois é uma conferência crucial. É uma vergonha que esses líderes não tenham vindo. Eu entendo que eles pudessem ter outros compromissos, mas nada é mais importante que o futuro deste planeta”, disse Larissa.
A ambientalista Pilar Barraqueta, integrante do partido espanhol Equo, que reúne cerca de 50 grupos verdes, criticou os avanços obtidos até o momento na Rio+20. “Estou vendo as negociações com desesperança. Viemos com muitas ilusões, porque pensamos que estávamos mais avançados e vimos que os governos e a indústria continuam com o poder de decidir.”
O presidente nacional do PV, deputado federal José Luiz Penna (PV-SP), disse que o sucesso da Rio+20 não deverá ser medido pelo documento final, mas pelo significado da mobilização popular. “Não vejo possibilidade de fracasso. O fato de estarmos juntos pensando no futuro é importante sempre. Aqui está fervilhando ideias e, certamente, sairão diretrizes importantes”, avaliou Penna.
Para a deputada estadual do PV do Rio de Janeiro Aspásia Camargo, seria importante a inclusão do conceito do Produto Interno Bruto (PIB) verde, no documento final da conferência. “Nós queremos a contabilidade ambiental, o PIB verde. Atualmente, o PIB mede a produção de um país, que pode ser a mais destrutiva possível. Se derrubarem uma floresta, isso conta como positivo. O que nós queremos é que o PIB inclua a preservação dos recursos naturais como um fator de riqueza. Porque se destruirmos uma floresta hoje, pode ser que o PIB aumente. Mas daqui a dez anos, vamos estar com esse terreno desertificado e o PIB vai cair”, disse Aspásia.
Os representantes dos partidos verdes pretendem entregar aos líderes mundiais, que estarão reunidos a partir da próxima quarta-feira (20) no Riocentro, um documento intitulado Resolução a Respeito da Cúpula Rio+20. Entre outras recomendações, os verdes sugerem a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em uma Organização Mundial de Meio Ambiente, com orçamento próprio e maior poder de decisão.
Acompanhe a cobertura multimídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Rio+20.
Edição: Lana Cristina