Senadores consideram pouco eficaz a quebra de sigilos dos governadores de Goiás e do DF

13/06/2012 - 21h02

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A autorização dos governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e de Goiás, Marconi Perillo, para que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira quebre seus sigilos bancário, fiscal e telefônico, na avaliação do senador Pedro Taques (PDT-MT), terá pouco efeito prático.

Para Taques, que é membro da comissão, provavelmente não serão encontrados vestígios de atividades irregulares, mesmo que elas tenham acontecido. “Imagine, você acha que o cidadão que possa cometer corrupção vai colocar dinheiro na própria conta?”

Ele também considerou os dois depoimentos praticamente “nulos”. Na opinião do senador, os membros da CPMI precisam se dedicar a analisar os documentos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, bem como os sigilos de outras pessoas relacionadas à investigação que já foram quebrados pela CPMI. “Os depoimentos não contribuem em nada na minha avaliação. Nós temos que nos ater aos documentos”, ressaltou.

Para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), os parlamentares da CPMI atravessaram uma “linha perigosa” ao decidir pela quebra de sigilo dos dois governadores. “Um governador de estado não pode ser investigado pelo Senado”, disse.

Na opinião de Cunha Lima, o debate em torno do sigilo dos governadores é um “embate político” que desvia o foco da CPMI, que é o de investigar as relações do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados.

Para o senador paraibano, agora é inevitável aprovar a convocação do dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish, e de outros envolvidos que, até o momento, estavam fora das investigações da CPMI. “Chamara dois governadores de estado e não vão chamar o dono da principal empresa suspeita? Não há como”, declarou.

A próxima reunião administrativa da CPMI foi marcada para amanhã (14), quando os membros da comissão deverão votar requerimentos e definir novas datas para depoimentos.

Hoje o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz depôs por mais de dez horas. Na saída, um grupo de manifestantes, além dos parlamentares do partido de Agnelo, o PT, manifestou apoio ao governador.

 

Edição: Aécio Amado