Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, assinou um documento autorizando a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira a quebrar seus sigilos bancário, fiscal e telefônico pelos últimos cinco anos. O governador já havia feito a autorização verbalmente, mas membros da oposição pediram que ele assinasse um documento para oficializar a autorização.
Com a medida, os membros da CPMI pretendem esclarecer se Agnelo recebeu dinheiro do grupo comandado pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que é suspeito de controlar um esquema de jogos ilegais e de fraudes em licitações públicas para beneficiar a Construtora Delta.
Depois de responder a diversas perguntas sobre a compra de uma casa no valor de R$ 400 mil, que seria incompatível com seu patrimônio, o governador distrital disse que os parlamentares poderão checar as informações prestadas no seu sigilo bancário. “Está aí, você vai poder checar no meu sigilo bancário como foi feito o pagamento: tem cheques, tem depósitos, está tudo aí”, disse.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, antes mesmo da autorização por escrito do governador do Distrito Federal, ligou para o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo, oferecendo também a quebra de seu sigilo. “O governador Marconi Perillo me ligou e pediu que colocasse à disposição a quebra de seu sigilo. E mais ainda, nós já anunciamos que queremos quebrar ainda hoje, extra pauta, a quebra dos sigilos dos governadores”, anunciou Bruno Araújo aos parlamentares.
Ontem (12), em seu depoimento à CPMI, Perillo chegou a rejeitar a quebra de seu sigilo. Para ele, o período de dez anos pedido pelos parlamentares era muito longo e injustificável. O governador goiano chegou a oferecer a abertura de seus sigilos no ano de 2012, quando vendeu uma casa de sua propriedade. Foi nessa casa que que Carlinhos Cachoeira foi preso pela Polícia Federal (PF).
Os dois governadores estão sendo interrogados pela CPMI do Cachoeira porque membros de seus governos foram flagrados em conversas telefônicas com a quadrilha presa pela Operação Monte Carlo, da PF. Há suspeitas também sobre o aumento de patrimônio dos dois governadores nos últimos anos e dos contratos da Delta com os governos de Goiás e do Distrito Federal.
Edição: Aécio Amado