Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), disse hoje (13) que confia em seu ex-chefe de gabinete, Cláudio Monteiro, e que não tem conhecimento se houve por parte de Monteiro algum tipo de favorecimento da Delta Construções. A empresa é investigada pela Polícia Federal sob suspeita de fazer parte do suposto esquema criminoso comandado pelo empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.
Monteiro é citado em uma gravação da Operação Monte Carlo, em conversa com pessoas ligadas a Cachoeira. Quando as denúncias foram divulgadas na imprensa, Monteiro se afastou do cargo. "Eu conversei com ele e ele me disse que recebeu, como chefe de gabinete, representantes da empresa Delta e disse que foi um encontro normal, corriqueiro e sem nenhum pedido que não fosse republicano", disse Agnelo.
As gravações da PF também apontam que Monteiro seria um dos beneficiados pelos aparelhos celulares via rádio, comprados por Cachoeira e distribuídos, de acordo com a Polícia Federal, a pessoas que faziam parte da organização. Agnelo disse que Monteiro negou ter recebido o celular. "Ele me falou que não recebeu rádio nenhum. Eu acho que é coerente porque não tem no inquérito nenhuma interceptação com o Cláudio Monteiro", disse.
O governador confirmou ainda que Cláudio Monteiro disse a ele que se encontrou duas vezes com Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, investigado pela Operação Monte Carlo. "Ele me disse que recebeu Cláudio Abreu duas vezes", disse Agnelo que negou conhecer o empresário. "Não o conheço, nunca o recebi", destacou.
Cláudio Monteiro também foi convocado pela CPMI, no entanto, ainda não há data marcada para seu depoimento. "Ele virá falar aqui e poderá dar todas as explicações", disse o governador.
Edição: Talita Cavalcante