Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, explicou na Câmara dos Deputados que a operação com títulos da dívida externa concluída na última madrugada é mais qualitativa, com intuito de melhorar a percepção do investidor estrangeiro sobre o Brasil, e não tem o objetivo de captar recursos para o país.
Os papéis brasileiros, atrelados à moeda brasileira e com vencimento em 2024, foram vendidos a investidores norte-americanos e europeus com taxa de retorno de 8,6% ao ano, os menores juros já registrados para esse tipo de título. Após o fechamento desses mercados, foram vendidos mais US$ 150 milhões no mercado asiático.
De acordo com o secretário, a operação mostra que o Brasil tem alcançando nos últimos anos o reconhecimento internacional pelos seus fundamentos econômicos, com reflexos nas notas cada vez melhores das agências estrangeiras de classificação de risco. Ele destacou, no entanto, que as emissões de títulos no exterior e os resultados da venda dos títulos são melhores indicadores da situação econômica do país.
“Ontem conseguimos fazer uma emissão com a menor taxa da história para títulos em reais. Sempre lembrando que nós estamos com uma política, no caso da dívida externa, que é qualitativa. Nossa expectativa não é rolagem de dívida”, disse.
O secretário lembrou ainda que as operações feitas ultimamente têm estabelecido uma melhor curva no gráfico que indica a situação dos papéis brasileiros tanto em moeda estrangeira quanto em reais. O resultado, segundo ele, é melhor para o governo e também para as empresas brasileiras, que passam a obter financiamentos a baixo custo no exterior.
“Uma emissão bem sucedida como foi a de ontem, com uma demanda muito forte, nos auxilia muito nesse sentido. Auxilia o país”, destacou.
Além desses fatores, as emissões em reais auxiliam o governo na política cambial e ajudam a manter o real dentro dos patamares desejados pela equipe econômica. Isso porque a boa situação atrai os investidores estrangeiros para os títulos corrigidos em reais.
“Há muitos investidores que, havendo uma curva líquida no exterior, podem se posicionar em reais e deixar de trazer os recursos para o mercado interno. Portanto, sem interferir na taxa de câmbio. Tem muito a ver com a nossa posição de melhor câmbio, sem valorizar excessivamente o real”, disse.
Edição: Lílian Beraldo