Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ex-ministro e economista Delfim Netto voltou hoje (18) a criticar os juros altos no Brasil, que considera “um escândalo”. Delfim disse que a taxa de juros alta no país é reflexo da falta de competição, mas ressaltou que o governo está se esforçando para reduzi-la. Segundo ele, para que a taxa de juros continue caindo será preciso que o governo faça mudanças no rendimento da caderneta de poupança. “A poupança é um empecilho para cair a taxa de juros real abaixo dos 6%”.
Para o ex-ministro, também será preciso uma grande cooperação do sistema bancário para que os juros fiquem mais baixos. “É visível que a taxa de juros de longo prazo no Brasil vai cair. Estamos iniciando esse processo. Os bancos privados vão ter que cooperar nesse processo. A participação dos bancos públicos é simplesmente um dízimo, é para fazê-los [os bancos privados] agir um pouco mais depressa”.
Hoje o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central baixou a taxa básica de juros (Selic) para 9% ao ano. A taxa estava em 9,75%.
Sobre economia mundial, o ex-ministro comentou que a crise mundial não é mais uma das crises comuns do capitalismo, mas foi produzida pelo que chamou de “patifaria financeira” que, segundo ele, foi permitida pelo Estado que desregulou o sistema financeiro internacional.
Edição: Rivadavia Severo