Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O síndico do Edifício Liberdade, Paulo Renha, admitiu hoje (4), em depoimento à Polícia Federal (PF) que as paredes derrubadas pelos pedreiros durante uma obra no nono andar do prédio, que desabou em janeiro, eram do tipo estruturais e ajudavam a sustentar o prédio.
O delegado Fabio Scliar afirmou que, embora seja cedo para determinar se essa demolição foi responsável pela queda do Liberdade, é provável que a obra tenha contribuído para o acidente. Renha relatou ao delegado que durante uma obra, em anos anteriores, foi desaconselhado, por um engenheiro, que se mexesse nas paredes, porque elas seriam estruturais.
“Ele revelou que no décimo sétimo andar, onde trabalhava, em certa feita, tentou fazer uma reforma no banheiro e foi desaconselhado pelo engenheiro, porque as paredes do banheiro eram feitas de concreto armado, amarradas [por ferros] ao teto e ao chão. Ao passo que sabemos que, no nono andar, os banheiros foram exterminados”, disse Scliar.
Em depoimento no dia anterior, os operários disseram que derrubaram pelo menos um pilar de concreto, além de botarem abaixo a parede, também de concreto, de um dos banheiros do nono andar. A obra deixou o pavimento sem nenhuma parede, transformado em um grande salão vazio, o que pode ter desequilibrado a estrutura do Liberdade.
O edifício caiu na noite de 25 de janeiro sobre outros dois prédios, na Avenida 13 de Maio, no centro do Rio. O desabamento provocou a morte de 17 pessoas e deixou cinco desaparecidas.
Edição: Lana Cristina