Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Campanha Nacional contra os Crimes da Copa do Mundo, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pelo Movimento Popular Resistência Urbana, promoveu uma panfletagem, hoje (4), na entrada do canteiro de obras do Estádio do Maracanã. As obras de reforma do estádio, que vai receber o jogo final da competição, contam com o trabalho de 3 mil operários.
O protesto teve como objetivo denunciar os impactos que as obras da Copa provocam nas comunidades vizinhas, como ações de despejo e especulação imobiliária. Além do Rio de Janeiro, os protestos ocorreram em São Paulo, Manaus, Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá, Fortaleza, e Curitiba, todas cidades-sede de jogos da Copa. Também houve protestos em São Luiz e Belém, que não estão na lista das cidades que vão receber jogos da competição.
De acordo com o Robson Oliveira, de 42 anos, que integra a organização nacional da campanha, o Comitê Popular da Copa, que reune movimentos sociais nas cidades-sedes, preparou um relatório denunciando que cerca de 900 mil famílias serão despejadas por causa das obras de mobilidade urbana e de construção de estádios. Ele ressaltou que, somente na capital fluminense, aproximadamente 55 mil famílias terão que deixar as casas onde moram atualmente. "Aqui no Rio, a comunidade do Metrô Mangueira, ao lado do Maracanã, vai ser despejada".
A Secretaria Municipal de Habitação informou que o reassentamento das comunidades ocorre em função das obras públicas já programadas, e não por causa dos grandes eventos esportivos previstos para a cidade, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Em relação à favela Metrô Mangueira, a secretaria informou que ela está localizada em uma região programada para receber intervenções. "As famílias foram avisadas sobre o reassentamento. Não há remoção forçada e ninguém será enxotado de lugar nenhum", assegurou a secretaria, por meio de nota.
Edição: Vinicius Doria