Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ministério da Educação (MEC) encaminhou pedido de explicações à Universidade Paulista (Unip) após receber denúncia enviada por outra instituição de ensino superior de que haveria irregularidades nas notas da Unip no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
A prova, aplicada anualmente a universitários, avalia a qualidade do ensino oferecido por faculdades, centros universitários e universidades de todo o país. Os números são muito utilizados pelas instituições em material publicitário para atrair novos alunos e, em caso de baixo desempenho, elas podem sofrer punições do MEC, como suspensão de vagas.
De acordo com reportagem publicada hoje (2) na versão online do jornal O Estado de S. Paulo, a denúncia encaminhada ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) pela instituição de ensino concorrente é que a Unip estaria escolhendo apenas os melhores alunos de cada curso para fazer a prova. Assim ela melhora a sua nota final.
O MEC confirmou que o caso chegou ao Inep que comunicou o ministro Aloizio Mercadante e imediatamente foi enviado ofício à Unip para que sejam prestados esclarecimentos. A instituição tem o prazo de dez dias para responder ao ministério.
A Unip tem sede em São Paulo e 27 campi, inclusive em outros estados. A vice-reitora da instituição, Marília Ancona, negou qualquer manobra ou irregularidade na participação dos alunos no Enade. Segundo ela, os bons resultados alcançados pela Unip nos últimos anos “eram esperados” e são resultado de um trabalho iniciado em 2008 com a implantação de uma comissão de avaliação.
Ela disse que a universidade investiu na preparação dos alunos para o Enade, após diagnosticar que as provas aplicadas internamente para avaliar o desempenho dos estudantes tinham modelo muito diferente do exame do Inep. “Investimos fortemente em material didático, fizemos palestras motivacionais para explicar ao aluno a importância do Enade. Nosso desempenho vem melhorando continuamente fruto de um trabalho intenso feito por pessoas extremamente qualificadas. Mas alguns concorrentes não gostam”.
De acordo com a professora, todas as informações serão encaminhadas ao MEC assim que a instituição receber o ofício encaminhado pelo governo.
Edição: Rivadavia Severo