Amanda Cieglinki e Alex Rodrigues
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Às vésperas do desfile de carnaval, as escolas de samba do Distrito Federal correm para preparar as alegorias e terminar as fantasias a tempo. Segundo as agremiações, a verba de subvenção do governo do Distrito Federal foi repassada com atraso e parte da produção ficou para a última hora. O problema se repete todos os anos e preocupa os grupos que desfilarão no Ceilambódromo. De acordo com as Secretaria de Cultura do DF, as escolas de samba receberam R$ 5 milhões da verba de subvenção em 2012.
“A expectativa é que a gente consiga concluir os trabalhos até domingo. O atraso no recebimento da subvenção prejudicou muito a produção, principalmente dos carros. A gente coloca dinheiro na produção e compra alguma coisa, mas os investimentos para fazer carro são mais altos e ficamos no impasse para saber se vai receber”, disse o diretor da Acadêmicos da Asa Norte, Alberto Alves Júnior. A escola, que irá homenagear os 50 anos da Universidade de Brasília (UnB), desfila na terça-feira (21), dia reservado para apresentação do Grupo Especial. A expectativa é que o desfile da Acadêmicos reúna 850 participantes em 14 alas.
A festa no Ceilambódromo começa hoje (18) com a apresentação dos blocos de enredo, a partir das 21h. Amanhã (19) e na segunda-feira (20) desfilam as escolas do Grupo de Acesso. As seis agremiações do Grupo Especial fecham o carnaval na terça-feira, a partir das 19h30.
Além da Acadêmicos da Asa Norte, participam do desfile do Grupo Especial a Capela Imperial, a Mocidade do Gama, a Aruc, a Águia Imperial de Ceilândia e a Bola Preta de Sobradinho. A Aruc, maior campeã do carnaval de Brasília – conquistou 31 dos 45 títulos que disputou –, inspirou-se este ano na obra do pintor Candido Portinari. Já a escola de Sobradinho tem como samba-enredo a cultura e a história da China. A Mocidade do Gama escolheu como tema do carnaval de 2012 as lendas e rituais indígenas. A Capela Imperial, de Taguatinga, homenageia a cantora Elis Regina e a Águia Imperial da Ceilândia traz o enredo Brasil, 90 Anos de Modernismo, em comemoração ao aniversário da Semana de Arte Moderna de 1922.
No domingo e na segunda-feira, disputam uma vaga na elite do carnaval brasiliense nove escolas do Grupo de Acesso, entre elas a Associação Cultural Desportiva Mocidade de Valparaíso de Goiás, o Grêmio Recreativo e Cultural Projeto Colibri, Grêmio Recreativo Escola de Samba Império do Cerrado e a Associação Carnavalesca Recreativa e Cultural Acadêmicos de Santa Maria.
Segundo o secretário de Cultura do DF, Hamilton Pereira, a verba foi liberada para as escolas assim que os trâmites burocráticos foram cumpridos. “O Orçamento para este ano foi aprovado no dia 16 de dezembro. No dia 6 de janeiro, a secretaria foi autorizada a distribuir os recursos. Algumas escolas demoraram a entregar a documentação necessária, mas no dia 26 de janeiro liberamos 50% dos R$ 5 milhões pactuados. Em seguida, liberamos mais 40%. Os 10% restantes serão liberados apenas após o carnaval e quando as agremiações tiverem prestado contas da aplicação do dinheiro”, explicou.
De acordo com o secretário, o custo da realização do carnaval brasiliense deverá ser de algo em torno de R$ 9 milhões. Desse total, R$ 5 milhões serão destinados à Liga das Escolas de Samba, responsável por organizar e redistribuir o dinheiro às agremiações que irão desfilar no Ceilambódromo, em Ceilândia (DF).
Mais R$ 1,4 milhão serão destinados à liga responsável por organizar os chamados blocos tradicionais e realizar o pré-carnaval e a ressaca dos festejos.
De acordo com o secretário, o governo deve economizar ao menos R$ 1 milhão em comparação com os custos de 2011. “Precisamos encontrar meios para que o carnaval de Brasília não seja provido exclusivamente com recursos públicos, para que as escolas e os blocos tenham de onde tirar parte do dinheiro de que necessitam”, explicou o secretário.
Edição: Talita Cavalcante