De acordo com a organização do carnaval, serão 16 horas de folia por dia, com oito bandas de marchinhas, 26 blocos e 17 shows divididos entre a Praça Oswaldo Cruz, a Praça de Eventos e o Mercado Municipal.

O metalúrgico Dira Dias, de 43 anos, morador de Taubaté, contou que sempre passou o carnaval em São Luiz do Paraitinga, e que sempre foi muito bom porque o evento revivia o passado e a história do carnaval de rua tradicional. “Hoje temos uma expectativa maior com relação ao carnaval. Fiquei muito triste quando houve a inundação e foram dois anos esperando a  reconstrução”, disse o folião, que chamou sua fantasia - um macacão prateado e com penas na cabeça - de Viva São Luiz.

Rose Maria da Silva, 50 anos, de Tremembé, acompanhava os filhos no carnaval de São Luiz do Paraitinga pela primeira vez. “Meus filhos vieram antes da enchente e comentaram muito. Como resolveram voltar este ano, eu vim junto. Está a família toda por aqui." Ela disse estar gostando muito porque a cidade tem o tipo de carnaval que toda a família pode participar. “Você vê carnaval por aí com tumulto e aqui é só paz, alegria e curtir o carnaval de antigamente."

Moradora da cidade há 43 anos, a comerciante Carmem Nunes de Siqueira, de 52 anos, disse que desde a inundação a família dela, que é proprietária de um restaurante, teve que começar tudo do zero. Segundo ela, nos dois últimos anos o movimento foi fraquíssimo, mas a esperança é que comece a melhorar. “Meu restaurante era em outra rua e caiu com a enchente. Tivemos que fazer tudo de novo, mas ainda está muito difícil. O último carnaval maravilhoso que tivemos aqui foi em 2009. Esperamos que a partir de agora seja melhor."

Paulo Henrique Salles, comerciante de 41 anos, tem um bazar na cidade e explicou que sente o retorno indireto do movimento do carnaval. Seus produtos são mais consumidos pelos próprios moradores de São Luiz do Paraitinga e se não há carnaval há menos empregos criados e menos dinheiro girando na economia do município. “Eu percebo o retorno depois da festa. Este ano deu um embalo bem maior desde a enchente e agora vai dar para esperar alguma coisa”, disse.

Nos primeiros dias de 2010, uma enchente causada pela elevação das águas do Rio Paraitinga danificou cerca de 300 construções da cidade, desalojando e desabrigando cerca de 9 mil moradores – a população da cidade, segundo o último censo, é 10,4 mil pessoas. Boa parte do casario histórico, a Igreja Matriz de São Luís de Tolosa, a Capela das Mercês e o prédio da biblioteca foram destruídos. Em janeiro deste ano, cerca de 80% da área atingida estavam reconstruídos.

Edição: Andréa Quintiere