Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A maratona de desfiles de blocos de rua no Rio de Janeiro começou cedo neste sábado (18) de carnaval, com a concentração do Cordão da Bola Preta desde as 8 horas da manhã na Igreja da Candelária, no centro da cidade, de onde os foliões vão seguir em direção à Cinelândia. Essa é a última vez que o bloco desfila pelas ruas. A partir desta noite, o Cordão vai promover somente bailes em sua sede, na Rua da Relação, esquina com a Rua do Lavradio, no bairro da Lapa.
Também pela manhã desfilam o Céu na Terra, na Praça Odylo Costa Neto, em Santa Teresa, a partir das 9 horas; o Empolga, a partir das 11 horas, cujos frevos pretendem deixar a Avenida Atlântica mais alegre em Copacabana; o Escangalha, que se concentra na Rua Orsina da Fonseca, na Gávea, também às 11 horas; e o Multibloco, que sai ao meio-dia da Avenida Mem de Sá, na Lapa.
À tarde, a agitação promete pegar fogo a partir das 15 horas, quando desfilam os blocos Azeitona Sem Caroço, na Rua Dias Ferreira, no Leblon; o Barbas, fundado pelo filho do escritor Nelson Rodrigues, em Botafogo; o Carioca da Gema, saindo da Rua do Lavradio até a Fundição Progresso, na Lapa; o Clementianos, sob o comando da banda Letuce, no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador; e o Sassaricando, que promete garantir a alegria com a reunião de artistas cantando marchinhas em um palco montado na Rua do Russel, na Glória.
Fechando os desfiles de blocos de rua neste sábado de carnaval, o Gargalhada, de Vila Isabel, na zona norte, integrado por deficientes físicos, pega carona em personagens de um programa humorístico de televisão para dar o grito "Ai, Como Eu Tô Bandida", a partir das 16 horas. No mesmo horário, a Banda de Ipanema começa a concentração na Praça General Osório, em Ipanema, para sair pelas ruas do bairro a partir de 17 horas e 30 minutos, cantando músicas compostas ou admiradas pelos artistas homenageados neste ano, como Herivelto Martins, Jorge Amado, Nelson Rodrigues e Luiz Gonzaga.
O desfile dos blocos representa uma oportunidade de trabalho para muitos profissionais ambulantes. Hélio Oliveira, conhecido como Carneiro, trabalha há oito anos no carnaval em uma banca licenciada pela prefeitura. Vendedor ambulante há 18 anos, Hélio disse que consegue faturar mais durante os quatro dias de carnaval do que vende normalmente por mês.
“Dá para a gente ganhar um dinheirinho mais rápido. Quando vem muito turista para o Rio, significa mais dinheiro para a gente”. No carnaval do ano passado, por exemplo, Carneiro disse que lucrou cerca de R$ 3 mil.
Diego Silva é outro ambulante que fatura nesta época com a venda de bebidas, água e refrigerantes. Há três anos ele trabalha no carnaval do Rio. Nos dias comuns, Diego é motorista de transporte executivo. Segundo ele, no ano passado o movimento não foi bom porque a maioria dos turistas que vieram passar o carnaval era estrangeira. “Eles não compram porque muitas pessoas tentam roubar (no preço). Mas este ano já começou bem, porque tem mais brasileiros."
Para Diego Silva, o crescimento dos blocos de rua favorece as vendas para os ambulantes. "Todo mundo conhece os blocos do centro do Rio de Janeiro e muitas pessoas deixam de ir para o Sambódromo para se divertir aqui. E é mais barato também."
Edição: Andréa Quintiere