Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O ajudante de obras, Alexandro da Silva Fonseca, de 31 anos, disse que no dia do acidente apenas um bloco de gesso foi removido da sala do nono andar, onde ele e outros operários da obra trabalhavam, em depoimento na 5ª delegacia policial, responsável pelas investigações da queda de três prédios, na Cinelândia, no centro da capital fluminense.
O ajudante de obras disse ainda, que a única parede que foi quebrada no prédio que desabou foi a do banheiro. Ele negou que os funcionários que atuavam na reforma da sala tenham derrubado alguma coluna do edifício. Fonseca escapou com vida no dia da tragédia ao se refugiar no elevador do Edifício Liberdade, um dos três prédios que desabaram na noite de quarta-feira (25), na Avenida 13 de Maio, no centro do Rio.
"No nono andar nós não derrubamos parede. Eu só estava trabalhando. A gente estava tirando o carpete e um bloco de gesso. Não teve barulho nenhum, o desabamento pegou a gente de surpresa. A gente só trabalhava à noite, porque em prédio comercial não se pode fazer obra durante o dia”, relatou.
Fonseca disse ainda, que quando começou a trabalhar no prédio, no local era possível perceber vestígios de obras. “Quando nós chegamos no local tinha vestígios de tacos arrancados, carpetes, janelas que já tinham sido tiradas”, explicou alegando não saber se a reforma tinha ou não engenheiro responsável. “Se tinha engenheiro responsável, ele falava com os grandões da obra”.
Já o delegado, responsável pelas investigações, Alcides Alves Pereira, disse que aguarda o laudo da perícia para saber quais providências serão tomadas. Segundo ele, no momento a polícia está acompanhando o trabalho de resgate das vítimas do acidente.
“Onze pessoas já prestaram declarações, todas estão sendo avaliadas com relação a este episódio e estamos aguardando também os exames periciais que estão sendo feitos no local. A investigação está sendo feita de maneira geral visando apurar quais possam ter sido realmente as causas. Todos os aspectos estão sendo analisados”, disse.
O policial disse ainda, que a pena de detenção para o crime de desmoronamento e desabamento qualificado, é apenas contra pessoas e não em relação a danos materiais. A pena varia de dois a quatro anos de detenção, caso seja comprovado que houve negligência por parte dos responsáveis pelo prédio.
Também nesta sexta-feira (27), o síndico do Edifício Liberdade, Paulo Renha, compareceu, no final da noite, à delegacia para prestar depoimento à polícia. A previsão é que o depoimento termine depois das 21h.
Edição: Rivadavia Severo