Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As empresas fluminenses pagam o maior salário do país da chamada indústria criativa, segundo estudo divulgado hoje (12) pela Federação das Indústrias do estado (Firjan). O salário médio é R$ 3.014, 31% acima da média nacional do setor, que engloba as áreas de televisão, música, cinema, arquitetura e publicidade, entre outras. São Paulo, com média de R$ 2.775, aparece na segunda posição. O estudo da Firjan tomou por base o ano passado e avaliou 13 estados.
O gerente da Divisão de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês, disse à Agência Brasil que o “trabalhador criativo fluminense se destaca, de fato, como o mais bem remunerado do país. Além de o salário ser 31% superior aos demais núcleos criativos estaduais, o trabalhador criativo do Rio ganha 64% a mais em relação aos demais trabalhadores do estado”.
Segundo o economista, a indústria criativa tem, de modo geral, alto valor agregado atrelado aos seus produtos. “Até porque os trabalhadores têm elevado grau de instrução. E, no Rio de Janeiro, a gente tem tipicamente atividades criativas culturalmente muito famosas. O carnaval é um dos grandes eventos com forte atividade criativa”, exemplificou.
Entre os segmentos estudados, com exceção da atividade de design, que é mais forte no Sul do país, o estado do Rio apresenta média salarial superior à brasileira. “Mas, em três atividades, o profissional fluminense é o mais bem pago do país. São elas televisão e rádio, em que a remuneração média chega a quase R$ 5 mil, que é a maior renda entre todos os segmentos analisados na indústria criativa; a atividade musical, em que o salário passa de R$ 3,2 mil; e a arquitetura [R$2.467]”.
A remuneração média de quem trabalha no núcleo criativo brasileiro é R$ 2.296, 45% superior ao salário médio de R$ 1.588 recebido pelos trabalhadores dos demais segmentos da economia.
Ainda de acordo com o estudo da Firjan, a indústria criativa empregou 771 mil trabalhadores formais no ano passado, em todo o país, número que corresponde a 1,7% do total da mão de obra com carteira assinada. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil, a participação da indústria criativa, em 2010, foi estimada 2,5%, o que corresponde à movimentação de R$ 92,9 bilhões. Mas esse percentual passa de 3,5% nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Edição: Vinicius Doria