Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Irmandade Muçulmana, organização que era considerada ilegal nos últimos 30 anos no Egito, lidera a preferência ideológica dos eleitores, que votaram nos últimos dois dias para a escolha de parlamentares. O processo eleitoral no país é feito em etapas e apenas três regiões realizaram pleitos por enquanto.
Pela contagem das primeiras urnas, o Partido da Liberdade e da Justiça [vinculado à Irmandade Muçulmana], com 47%, e o partido fundamentalista muçulmano Al Nour, com 22%, lideram os votos em seis províncias das nove nas quais houve eleições. Porém, o processo eleitoral no país só será concluído em 11 de janeiro de 2012.
A primeira etapa das eleições acabou ontem (29), sem registros de tumultos violentos, mas em meio a uma série de protestos contra o governo e longas filas para a votação. Os egípcios exigem que a Junta Militar passe o poder para os civis imediatamente.
A primeira fase das eleições legislativas no Egito começou na segunda-feira (28) e abrange um terço das regiões do país mais populoso do mundo árabe – com cerca de 81 milhões de habitantes. Os eleitores das regiões do Cairo e de Alexandria foram às urnas.
Os resultados oficiais serão revelados em 13 de janeiro de 2012. Depois, ocorrerá a eleição para o Conselho Consultivo, no período de 29 de janeiro a 11 de março. O futuro Parlamento será o responsável pela elaboração da nova Constituição. A previsão é que até junho de 2012 ocorram as eleições presidenciais.
No Egito, os eleitores escolhem os 444 parlamentares que formam a Assembleia Popular. No país, o Parlamento é unicameral, formado por 454 membros, mas dez são escolhidos pelo presidente da República. Além da Assembleia Nacional, há no Egito o Conselho Consultivo (Shuria) – formado por 264 integrantes, dos quais 176 são eleitos por intermédio do voto popular e 88, nomeados pelo presidente.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.
Edição: Talita Cavalcante