Da BBC Brasil
Brasília - Os ministros integrantes do governo interino do Egito renunciaram nesta segunda-feira (21) em meio a uma nova onda de protestos que pede pressa na implementação de reformas democráticas no país. "O governo do primeiro-ministro Essam Sharaf apresentou sua renúncia ao Conselho Supremo das Forças Armadas", disse o porta-voz do gabinete interino, Mohammed Hegazy. A nota publicada pela agência oficial de informações diz que a Junta Militar, que comanda o país dsde a queda de Hosni Mubarak, ainda não aceitou a renúncia.
Mais de 20 pessoas já morreram e 1,8 mil ficaram feridas nos protestos que voltaram a encher a Praça Tahir, no centro do Cairo, epicentro das manifestações que resultaram na queda do regime de três décadas de Mubarak, em fevereiro.
Os ativistas, a maioria ligado a grupos islâmicos, reclamam da demora na transferência de poder da Junta Militar aos civis. Eles também acusam os militares de planejarem incluir na futura Constituição do Egito um artigo que dê ao Exército a função de "guardião" da lei máxima do país. Na prática, o artigo abriria caminho para os militares darem a última palavra nas questões dos futuros governos.
A nota diz que "devido às circunstâncias difíceis pelas quais o país está passando, o governo [interino] vai continuar trabalhando".
Os ativistas também querem a antecipação da eleição presidencial para abril de 2012. A Junta Militar chegou a propor que o pleito ocorresse no início de 2013.
Hoje manifestantes armaram barricadas e voltaram a atacar as forças de segurança com pedras e paus. O protesto foi reprimido com bombas de gás e balas de borracha.