Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A subsidiária brasileira da petrolífera norte-americana Chevron foi negligente e omitiu informações ao governo federal sobre o vazamento de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, disse há pouco o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima. A agência reguladora abriu dois processos de infração contra a empresa pelas irregularidades. Os valores das multas ainda serão definidos, mas cada uma pode chegar a R$ 50 milhões, totalizando R$ 100 milhões.
Segundo Haroldo Lima, a ANP recebeu imagens editadas, com trechos cortados, por parte da empresa, sobre a extensão do vazamento. Além disso, ela não informou à agência reguladora que não tinha um equipamento considerado essencial para operação de contenção do vazamento, atrasando o processo.
“A empresa foi negligente. Ela omitiu informações. Não tivemos acesso a essa informação [de que o equipamento não estava no Brasil]. Sempre imaginávamos que estava no Brasil”, disse Haroldo Lima, após reunião com a presidenta Dilma Rousseff e ministros.
O equipamento é usado para cortar a coluna por onde passa o petróleo, o que permite a colocação de camadas de concreto do fundo do mar até a superfície para estancar o vazamento. Com a falta do aparelho, que está chegando ao país, o plano para controlar o vazamento foi atrasado, segundo Lima. Até o momento, apenas uma camada de concreto foi colocada. “A agência não foi tratada como merece pela empresa.”
Edição: João Carlos Rodrigues