Cariocas protestam com humor contra a corrupção no país

15/11/2011 - 17h12

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Dezenas de pessoas usaram o bom humor para protestar contra a corrupção no país, na tarde de hoje (15), na Cinelândia, no centro do Rio. Em frente à Câmara de Vereadores, os manifestantes montaram um varal onde foram pendurados cartazes com frases de protesto. Também foi colocado, entre dois vasos sanitários, um boneco representando o personagem Pinóquio. A "escultura" estava rodeada por um círculo formado por desentupidores de privada.

O protesto chamou a atenção de quem passava pelo local, inclusive muitos turistas, que aproveitavam para fotografar a inusitada manifestação, organizada pelas redes sociais na internet. A empresária Cris Maza, uma das coordenadoras do movimento, disse que um dos objetivos é pedir a validação da Lei da Ficha Limpa, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e o fim do foro privilegiado para autoridades. “Queremos tornar a corrupção um crime hediondo. Nos mobilizamos para dar nosso recado e não deixar o dia passar em branco”, disse Cris Maza.

O webdesigner Chester Martins explicou a razão de se instalar um varal em frente à Câmara de Vereadores. “É para que o cidadão tenha a oportunidade de colocar seu protesto no varal e que a gente consiga se fazer ouvir e mudar as leis”, disse. Nas cordas, estavam pendurados cartazes com frases como “Prisão para os corruptos”, “Quero meu dinheiro na educação, chega de corrupção” e “Corruptos, assassinos do povo”.

A atriz Beatriz Lyra reclamou da pouca presença da classe artística nos protestos. “Os artistas precisam se empenhar muito mais. Lamento muito que nossos colegas não se toquem que, se ficarem em casa sentados, nada muda. A figura pública tem uma responsabilidade social maior.”

A comerciante Lúcia Sá foi ao protesto na companhia do filho Rudá, que sofre de problemas físicos congênitos e necessita de cadeira de rodas. Ela protestava por maior apoio na saúde e na educação para pessoas com deficiência. “É momento de tomar consciência do que estão fazendo com o nosso dinheiro. Não só na saúde como na educação. O Estado não dá apoio nenhum para o deficiente físico, só na hora de campanha eleitoral. Nas escolas para deficientes, se as mães não se organizam, as coisas não acontecem.”

Edição: Lana Cristina