Da BBC Brasil
Brasília - Os eleitores da Guatemala participam neste domingo (6) do segundo turno das eleições presidenciais, uma votação que poderá levar ao poder um ex-general, Otto Perez Molina. Ele venceu o primeiro turno com 36% dos votos. Em segundo lugar ficou Manuel Baldizón, com 23%.
General do Exército aposentado, de 61 anos, Molina liderou durante toda a campanha as pesquisas de opinião e prometeu combater a pobreza e a crescente violência relacionada ao tráfico de drogas. Se Molina, do Partido Patriota, de direita, vencer Manuel Baldizón, do Partido Renovado da Liberdade Democrática, ele será o primeiro ex-militar a ocupar a Presidência desde o fim da guerra civil no país.
A Guatemala firmou acordos de paz em 1996 para encerrar os conflitos e retomar a democracia, depois de uma guerra civil de 36 anos, na qual mais de 200 mil pessoas podem ter sido mortas. Mais da metade da população, de 14 milhões de pessoas, vive na pobreza e o crime organizado é um dos grandes problemas do país.
Entre as preocupações dos guatemaltecos estão a criminalidade e a crescente presença de grupos do crime organizado, entre eles os cartéis mexicanos. Esses grupos estão expandindo as atividades para o país da América Central. A Guatemala é um importante ponto de tráfico de drogas procedentes da América do Sul para os Estados Unidos.
O atual presidente do país, Álvaro Colom, enviou soldados para retomar algumas províncias que foram invadidas por traficantes do cartel mexicano Los Zetas, incluindo o estado de Manuel Baldizón, Peten, que faz fronteira com o México.
Em evento de sua campanha, Molina prometeu "lutar contra o crime organizado e a delinquência que estão estrangulando a sociedade". Baldizón, por sua vez, também prometeu lutar contra o crime e apoiar a adoção da pena de morte para os crimes mais graves.