Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Conselho da Justiça Federal (CJF) vai recomendar às corregedorias dos tribunais regionais federais que monitorem o processamento de ações da União para verificar se os juízes estão aderindo à operação-padrão proposta pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
Na semana passada, a entidade defendeu que os juízes represem as citações e intimações em processos da União até o dia 29 de novembro para pressionar o governo por aumento de salário e melhores condições de trabalho.
O CJF também decidiu notificar a Advocacia-Geral da União para que ela denuncie a retenção de processos para as corregedorias locais e para o próprio CJF. Essas decisões foram tomadas na análise de um processo administrativo aberto pelo presidente do CJF e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ari Pargendler, na semana passada. O órgão determinou, ainda, que o presidente da Ajufe, Gabriel Wedy, seja notificado sobre a ilegalidade e falta de ética do movimento.
“Os atos de ofício devem ser praticados no tempo próprio, nem antes nem depois. O juiz que esquece esses postulados básicos de sua função não está à altura do cargo que exerce”, disse Pargendler em seu voto. A Ajufe alega que tanto a operação-padrão quanto a paralisação de atividades, que deve ocorrer no dia 30 de novembro, foram decididas em assembleia com a categoria.
Hoje Wedy chamou para si a responsabilidade de possíveis implicações do movimento. “Faço questão de que todos os processos que forem abertos contra os juízes federais sejam promovidos diretamente contra a minha pessoa apenas”.
Edição: Rivadavia Severo