Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Caixa Econômica Federal vai contratar, ainda neste ano, uma operação de crédito de US$ 50 milhões com o Banco Mundial (Bird) para apoiar projetos de beneficiamento de resíduos sólidos urbanos (RSU) no país, revelou Denise Maria Lara de Souza Seabra, gerente de Produtos de Saneamento e Infraestrutura da Caixa.
Engenheira civil e sanitarista, Denise disse à Agência Brasil que a contratação de empréstimo com o Bird foi autorizada pelo Senado no início deste mês, e “certamente será efetivada ainda este ano, de modo a que possamos operar, já no início de 2012”, os financiamentos de projetos destinados à gestão de resíduos sólidos e em mecanismos de desenvolvimento limpo.
Segundo ela, a linha de crédito financiará projetos de órgãos públicos ou privados, desde que envolvam ações integradas para reduzir impactos ambientais e sociais, melhorar a saúde pública e promover soluções sustentáveis. Objetivos perfeitamente alcançáveis com a construção e operação de aterros sanitários, fechamento de aterros a céu aberto e operação de instalações alternativas para tratamento de resíduos, acrescentou.
Denise lembrou que o lixo sem tratamento adequado gera muito metano – substância que contribui para o aquecimento global, além de contaminar o lençol freático. “Precisamos investir o máximo possível para garantir água de boa qualidade e melhores condições climáticas para a humanidade. E isso só será possível mediante a promoção do desenvolvimento sustentável”, enfatizou.
Ela lembrou que a situação ambiental tem melhorado bastante no Brasil, em especial depois do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas lembrou que as ações e recursos até agora investidos são insuficientes para dotar o país de condições de desenvolvimento limpo. Ela ressaltou que “está havendo uma disponibilização crescente de financiamentos para o setor, mas do ponto de vista setorial ainda há muito a ser feito”.
De acordo com a gerente de Produtos de Saneamento e Infraestrutura, a Caixa foi o único banco do mundo convidado a fazer parte do fundo de crédito de carbono – Carbon Partnership Facility (CPF) – coordenado pelo Bird. É também a única instituição brasileira autorizada a intermediar a comercialização de carbono – programa criado para compensar financeiramente os países em desenvolvimento que investem na redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.
Edição: Rivadavia Severo