Elaine Patricia Cruz e Marli Moreira
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo - Terminou por volta das 19h45 de hoje (17) o primeiro dia de julgamento dos três médicos acusados de provocar a morte de quatro pacientes para a retirada de rins. Hoje foram ouvidos sete testemunhas de acusação e uma de defesa. Amanhã (18) o julgamento prossegue a partir das 9h com o depoimento de outras testemunhas de defesa.
Os réus – Pedro Henrique Masjuan Torrecillas, Rui Noronha Sacramento e Mariano Fiore Júnior – foram a Júri Popular, acusados de terem provocado a morte de Miguel da Silva, Alex de Lima, Irani Lobo e José Faria Carneiro e de pertencerem a uma quadrilha de tráfico de órgãos. Eles respondem pelos crimes de homicídio doloso, cometidos entre setembro e dezembro de 1986.
O médico Antônio Aurélio de Carvalho Monteiro, também denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE), morreu no ano passado. De acordo com o MPE, além desses acusados, também foi denunciado o médico José Carlos Natrielli de Almeida, que “acabou impronunciado a pedido do Ministério Público”.
Na denúncia, o MPE alegou que os laudos médicos atestando as mortes dos pacientes citados no processo eram falsos e simulavam morte encefálica para que fossem extraídos os órgãos destinados a transplantes. Segundo o Ministério Público, o neurocirurgião e legista Mariano Fiori Júnior, por exemplo, “concluía como causa mortis, exclusivamente, as lesões cerebrais experimentadas pelas vítimas [traumatismo craniano, raquimedular ou aneurisma], ocultando a causa direta e eficiente das mortes: a retirada dos rins dos pacientes”.
Edição: Aécio Amado