Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão Europeia, órgão político da União Europeia (UE), informou hoje (13) que concentrará os esforços nos próximos dois anos em ajudar os países mais pobres do mundo. As prioridades foram definidas durante reunião em Bruxelas. A proposta inclui o Brasil. A ideia é buscar mais garantias de proteção social, por meio de apoio aos sistemas de saúde e educação, além da agricultura sustentável e de energias limpas.
Andris Piebalgs, um dos comissários, disse que o objetivo é garantir que os 53 bilhões de euros destinados aos países em desenvolvimento sejam investidos adequadamente. Os programas de ajuda repassam recursos para as Américas, a África e Ásia.
Para o Brasil, estão estimados 61 milhões de euros, a China deverá receber cerca de 140 milhões e a África do Sul, 980 milhões de euros para o período de 2007 a 2013. Pelo programa, os recursos devem ser concentrados em no máximo três setores. Em uma próxima etapa, a Comissão Europeia pretende ampliar o programa de ajuda para o período de 2014 a 2020.
Porém, as definições foram recebidas com ceticismo pela Confederação Europeia de Organizações Não Governamentais. Para a entidade, a nova agenda europeia não dispõe de aspectos concretos para a erradicação da pobreza. O diretor da entidade, Olivier Consolo, desaprovou as definições argumentando que houve uma concentração excessiva na questão econômica.
Para a confederação, a pobreza não desapareceu de muitos países africanos, asiáticos e latino-americanos, que são classificados pela União Europeia como países de rendimento médio. Por exemplo, a Zâmbia (na África) é considerada um país de rendimento médio pelo Banco Mundial, mas 64% dos habitantes ainda vivem abaixo da linha da pobreza. Nas Filipinas, 19,7 milhões de pessoas vivem com menos de US$ 1,25 por dia e na Guatemala mais de 12 % estão abaixo do limiar da pobreza.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa.
Edição: Talita Cavalcante