Gigantes farmacêuticas anunciam venda de vacinas a preço de custo para países pobres

06/06/2011 - 12h09

Da BBC Brasil


Brasília – As empresas farmacêuticas GSK, Merck, Johnson & Johson e Sanofi-Aventis, incluídas no grupo das grandes companhias do setor no mundo, anunciaram hoje (6) que farão cortes significativos no preço de venda de suas vacinas para países em desenvolvimento. A ideia é baixar os custos para vender os produtos a preços mais baixos. As quatro empresas concordaram em vender as vacinas a preço de custo após negociações com a Aliança Global por Vacinas e Imunização (Gavi, na sigla em inglês).

A Aliança Global por Vacinas e Imunização foi criada durante o Fórum Econômico de Davos, na Suíça, em 2000. O grupo reúne empresas e representantes do setor público de diversos países para patrocinar programas de vacinação em massa em países em desenvolvimento.

O laboratório britânico GSK (GlaxoSmithKline) se comprometeu a reduzir o preço de sua vacina contra o rotavírus em 67%. Ela passará a ser vendida por US$ 2,50 (cerca de R$ 4) para países pobres. De acordo com dados das organizações não governamentais, a diarreia provocada pelo rotavírus mata mais de 500 mil crianças por ano em todo o mundo.

As vacinas serão subsidiadas pela cobrança de preços mais altos a países mais ricos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a mesma vacina custará US$ 50 (R$ 78). "O que precisamos é de um retorno para investir na nova geração de vacinas e drogas, e isso tem que vir do lucro que obtemos com remédios e vacinas", disse o diretor executivo da GSK, Andrew Witty.

"Mas é óbvio que as pessoas que estão no Quênia ou em uma favela de Malawi ou em algum lugar assim não têm capacidade de contribuir, então elas têm que ser ajudadas pela contribuição de países médios e ricos", acrescentou o diretor executivo da GSK.

A Gavi se comprometeu a financiar a introdução de vacinas contra o rotavírus em 40% dos países mais pobres do mundo até 2015, mas ainda precisa angariar US$ 3,7 bilhões (R$ 5,8 bilhões), além da quantia já obtida para atingir o objetivo. Por isso, a organização pediu cortes nos preços e doações para empresas farmacêuticas e governos.