Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O cenário do investimento é ambíguo. De um lado, há a desaceleração da taxa de crescimento do PIB para 2011. De outro, o início da trajetória de queda dos juros é um fator de estímulo aos investimentos. Todavia, a expansão dos investimentos em 2011 deverá ser mais moderada. Essa é análise dos economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que elaboraram o Informe Conjuntural relativo ao terceiro trimestre do ano e que faz previsões para o restante de 2011. Também em relação ao comércio externo a previsão é de queda, estimando a redução do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,6 ponto percentual ao final deste ano.
A CNI alterou as estimativas para a demanda externa em função da deterioração do cenário global. “As exportações em 2011 deverão crescer 6%, menos do que os 10% estimados anteriormente. As importações também foram reavaliadas, em função do menor crescimento dos investimentos. Devem crescer 10,5%. Com isso, a estimativa para a contribuição das exportações líquidas para o crescimento do PIB de 2011 deverá ser de -0,6 ponto percentual”.
O Informe Conjuntural diz ainda que as atuais dificuldades da economia global vão provocar atraso na recuperação do PIB brasileiro. Segundo o estudo, a trajetória de desaceleração do PIB deverá se reverter no início de 2012. Poderá haver aumento do consumo e dos investimentos, caso a taxa de juros continue a recuar.
“No entanto, o cenário incerto da economia global está longe de ser uma página virada e ainda perdurará por alguns anos. A intensidade desses problemas e a forma como eles serão resolvidos definirão os impactos na economia brasileira”, segundo os economistas da CNI.
Edição: João Carlos Rodrigues