Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro Marco Aurélio Mello, relator da ação do Supremo Tribunal Federal (STF) que analisará a competência correicional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), defendeu hoje (28) a corregedora-geral de Justiça, Eliana Calmon. Segundo Marco Aurélio, a declaração em que a ministra diz que a Justiça esconde “bandidos de toga” não merece grande repreensão.
“A nossa corregedora cometeu um pecadilho, mas também não merece a excomunhão maior. Ela tem uma bagagem de bons serviços prestados à sociedade brasileira. É uma juíza de carreira, respeitada. Uma crítica exacerbada ao que ela versou a rigor fragiliza o próprio Judiciário e o próprio conselho”, disse o ministro durante intervalo da sessão plenária desta tarde.
Marco Aurélio declarou desconhecer que haja uma articulação entre os ministros para adiar o julgamento e para que se discuta um meio termo sobre a decisão a ser aplicada no caso. “Tenho dito que devemos vir para cá de forma espontânea. Não cabe acerto do que fazemos com a toga nos ombros. Aqui é um Tribunal, não um teatro”.
O ministro, no entanto, acredita que o julgamento não deve ocorrer hoje. Ele ressaltou que o presidente da Corte, Cezar Peluso, poderia ter chamado o caso primeiro se levasse em conta a ordem da pauta, como geralmente ocorre. No entanto, a sessão começou com uma longa discussão sobre o transporte de amianto, que ocupava uma posição posterior em relação à ação contra o CNJ. “Com isso, ele [Peluso] sinalizou que não deve haver julgamento esta semana”.
O STF também tem uma sessão plenária amanhã (29), mas a pauta é dedicada a assuntos penais.
Edição: Aécio Amado