Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Pouco antes das 14h de sexta-feira (23), no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, centenas de pessoas paravam em frente a uma lona de circo, protegida por uma barreira, à espera do próximo espetáculo que seria ali apresentado. Durante essa espera, palhaços em cima de um monociclo ou dentro de um carro pequeno e colorido procuravam animar o público que havia parado no local.
No horário programado, crianças, jovens, casais, moradores de rua, trabalhadores em horário de almoço e idosos ultrapassaram as barreiras que foram abertas pelo segurança e sentaram nas cadeiras no interior da lona do circo. No palco, palhaços, acrobatas, mágicos, malabaristas e uma trapezista, em um show gratuito de quase uma hora de duração.
A apresentação desta sexta foi apenas uma dos muitos espetáculos circenses que serão apresentados no mesmo local até este domingo (25), e que fazem parte da 6ª Palhaçaria Paulistana, evento que já faz parte da programação cultural da capital. Neste ano, mais de 250 artistas circenses vão participar da Palhaçaria. Cada uma dessas apresentações é única.
“O evento mostra a importância que o circo tem. Hoje em dia há, aproximadamente, 2 mil circos no Brasil. Cada circo faz, em média, sete espetáculos por semana. Imagine quantos espetáculos tem em todo o Brasil num final de semana. É uma quantidade que o teatro e o cinema não atingem”, disse Bel Toledo, presidente da Cooperativa Brasileira de Circo.
Segundo ela, o evento também faz um resgate da cultura circense, “arte milenar, pura e verdadeira”.
“Há lugares (do Brasil) em que só o circo chega. Somos uma atividade cultural que se identifica com todas as regiões do país e, além disso, é o único local em que se pode levar toda a família”, disse Bel.
Um dos artistas que se apresentaram no palco nessa sexta-feira foi Gallo Cerello, palhaço, acrobata e dono do circo Vox, que está há sete anos montado em um bairro da zona sul de São Paulo. Cerello se dedica às artes circenses há 16 anos. “Acho isso (o evento) muito bom. Primeiro pelo local – no centro de São Paulo. E é de graça. O que tem de gente passando aqui e assistindo! Tem até pessoas que nunca devem ter entrado num circo. Isso é bom para o circo e para a cidade de São Paulo”, disse.
Na saída do espetáculo, o comerciante Paulo Pimenta Costa contou ter gostado bastante da apresentação do mágico. “É uma coisa mais realista. Mas os palhaços também foram bons”, disse.
O segurança Robson Alexandre, que levou suas duas filhas para a Palhaçaria, também aprovou o show. “Eu esperava mais, mas foi legal e bastante divertido”, disse. A filha mais velha, de 9 anos, disse ter gostado de tudo. “Gostei de todos. Vale a pena ir para o circo”.
Edição: Fernando Fraga