Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – Os economistas acreditam que a alta do dólar, que deve desestimular a entrada de produtos importados, pode levar o governo a redobrar o cuidado no mercado interno. O receio é o de que a indústria brasileira se sinta à vontade para ajustar seus preços. "O governo já começou a tomar medidas em relação à alta do dólar, como a venda de contratos de câmbio no [mercado] futuro, mas precisa monitorar para que a indústria nacional não aumente muito os preços, em função do valor elevado dos importados, daqui em diante", alertou José Pereira da Costa Júnior, membro do Conselho Consultivo do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no Paraná (Ibef/ PR) .
Segundo Costa Júnior, que é um dos organizadores do Congresso Nacional de Executivos de Finanças (Conef), que começa no próximo dia 28 de setembro, em Curitiba, essa é uma das preocupações dos empresários e investidores. No entanto, ele acredita que o Brasil esteja mais bem preparado do que já esteve no passado, porque reúne requisitos como o superávit da balança comercial, um bom saldo de divisas e a economia está em crescimento.
"Mas é sonho dizer que isso não vai ter impacto, especialmente nos componentes importados, que vão se refletir sobre a inflação interna a médio prazo. Essa consequência não vai ocorrer de supetão, porque depende de novas importações, que virão com preços mais altos e que trarão reajustes", avalia.
O 22º Conef vai reunir lideranças das áreas de economia, finanças, tributação e mercado de capitais. Já confirmaram presença no evento o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, Otacílio Cartaxo.
Edição: Lana Cristina