Caminhada contra a intolerância religiosa reúne milhares de pessoas na praia de Copacabana

18/09/2011 - 17h32

Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Milhares de pessoas participaram hoje (18), na Praia de Copacabana, da 4a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que reuniu umbandistas, candomblescistas, muçulmanos, católicos, judeus, protestantes, kardecistas, além de adeptos do Santo Daime, hare krishnas, entre outros.

O babalawo Ivanir dos Santos, representante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), disse que “a intolerância é uma semente para o fascismo”. “Nós não podemos aceitar isso para uma sociedade como a brasileira, que respeita a diversidade”.

Para Ivanir, as outras religiões começaram a aderir ao movimento com mais compromisso. Segundo ele, inicialmente, a caminhada contava com a participação majoritária de umbandistas e candomblecistas e hoje contabiliza representantes de diversas outras religiões. “Nós não excluímos ninguém. Somos um segmento da sociedade brasileira e tudo que nós fizermos serve para a sociedade no seu conjunto. Foi assim no samba, na cultura popular e a caminhada está se tornando uma causa cidadã porque não é um movimento religioso. É um movimento de religiosos, com cidadania, respeito, dignidade e liberdade.”

A presidenta da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), Sarita Shaffer, disse que a comunidade judaica participa do evento desde a primeira edição. “Nós estamos vendo a evolução, como as religiões estão iniciando um diálogo. É a tolerância, a coexistência, e é isso que vai fortalecer cada uma das religiões individualmente.”

A fundadora da CCIR, a umbandista Fátima Damas, diz que o evento cresceu nos últimos quatro anos. “As pessoas no início participavam timidamente. Hoje nós temos padres, pastores, judeus e as pessoas estão tomando conhecimento gradativamente desse trabalho e estão se aproximando. O nosso interesse realmente é que as pessoas se conscientizem de que não podemos destruir ninguém, não podemos falar mal e não podemos demonizar ninguém”, esclareceu.

O secretário estadual de Direitos Humanos, Rodrigo Neves, elogiou a caminhada e mostrou-se surpreso com a diversidade de representantes de religiões presentes ao evento. “O Rio tem que ser exemplo de respeito e um lugar em que se encontre uma sociedade mais justa e democrática”, disse.

O cantor e compositor Arlindo Cruz, ligado ao candomblé, é a atração do show que encerra a caminhada na Praça do Lido.

 

Edição: Lílian Beraldo